“Hoje, mais do que nunca, temos necessidade de paz nesta guerra que está por todo o lado, no mundo. Rezemos pela paz”, apelou o Santo Padre
O Papa Francisco convocou neste domingo, 18, as comunidades católicas para um dia de oração pela paz, na próxima terça-feira, 20, que vai acompanhar o encontro inter-religioso marcado para a cidade italiana de Assis.
“Na próxima terça-feira, vou deslocar-me a Assis para o encontro de oração pela paz nos 30 anos daquele histórico [encontro] convocado por São João Paulo II. Convido as paróquias, associações eclesiais e os fiéis de todo o mundo a viver este dia como uma jornada de oração pela paz”, disse, no Vaticano.
Francisco falou diante de milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro para a recitação da oração do Angelus, que ali acontece semanalmente ao meio-dia de Roma (menos uma hora em Lisboa).
“Hoje, mais do que nunca, temos necessidade de paz nesta guerra que está por todo o lado, no mundo. Rezemos pela paz”, apelou.
O encontro de Assis assinala o 30.º aniversário do primeiro evento do gênero, promovido pelo Papa João Paulo II; o santo polaco repetiu o gesto em 1993 e 2002.
O agora Papa emérito Bento XVI também promoveu encontros em Assis, em 2006 e 2011.
O Papa Francisco vai encontrar-se, na terça-feira, 20, com seis vencedores do Prêmio Nobel da Paz e um grupo de 25 refugiados, para além de vários líderes religiosos e culturais.
“A exemplo de São Francisco, homem de fraternidade e de mansidão, somos todos chamados a oferecer ao mundo um forte testemunho do nosso compromisso comum pela paz e a reconciliação entre os povos”, disse hoje o pontífice argentino.
“Terça-feira, todos unidos em oração, que cada um reserve um tempo, aquilo que puder, para rezar pela paz. Todo o mundo unido”, pediu.
Jornada de Oração
A iniciativa ‘Sede de paz – Religiões e culturas em diálogo’ começa na tarde deste domingo, 18, a reunir mais de 450 representantes de Igrejas e confissões religiosas, bem como do mundo da cultura, provenientes de diversos países.
Seis personalidades distinguidas com o prêmio Nobel da Paz vão assumir a função de relatores em mesas-redondas previstas para os dias 19 e 20, antes da cerimÔnia plenária na qual participa o Papa.
Com Francisco vão estar a norte-irlandesa Mairead Maguire (Nobel da Paz em 1976); o presidente emérito da Polônia e líder do sindicato Solidariedade, Lech Walesa (1983); a ativista norte-americana para os Direitos Humanos e diretora da campanha sobre as minas anti-pessoal Jody Williams (1997); a líder da Primavera Árabe no Iémen, Tawakkul Karman (2011); Hassine Abassi e Amer Meherzi, integrados no quarteto tunisino distinguido em 2015.
A Rádio Vaticano informou que 25 refugiados foram convidados para participar no Encontro Internacional pela Paz em Assis: 10 hóspedes da Comunidade de Santo Egídio em Roma; 10 do Centro de Acolhimento de Requerentes de Asilo (Cara) de Castelnuovo di Porto; e cinco da Cáritas de Assis.
Os refugiados vão almoçar com o Papa, no refeitório do Sacro Convento dos Franciscanos; em seguida, uma refugiada de Alepo, na Síria, e refugiada na região da Toscana, subirá ao palco para tomar a palavra.
A lista de participantes no programa divulgado pela Comunidade de Santo Egídio inclui o padre e poeta português José Tolentino Mendonça, vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa, no painel ‘Religião e pobres’, esta segunda-feira.
O encontro conta, entre outros, com a participação do patriarca de Constantinopla (Igreja Ortodoxa), Bartolomeu I, do primaz anglicano, Justin Welby, e do filósofo Zygmunt Bauman
Francisco vai encontrar-se também com o patriarca siro-ortodoxo de Antioquia, Efrém II, um representante do Judaísmo, um do Islã e o chefe supremo do Budismo Tendai (Japão).
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