De soldado a beato

O Beato Amadeu da Silva como é conhecido, foi um dos mais importantes filhos de Campo Maior, uma vez que era irmão de Santa Beatriz da Silva, ambos filhos de D. Rui Gomes da Silva, Alcaide de Campo Maior, e de D. Isabel de Menezes, Condessa de Portalegre, filha do Conde de Vila Real. Nasceu em 1431, em Campo Maior e faleceu em Milão, em 1482.

A primeira imagem do Beato Amadeu da Silva, natural de Campo Maior, exposta à veneração dos fiéis em Portugal, foi benzida por D. José Alves, arcebispo emérito de Évora, e entronizada em Campo Maior.

Sabe-se que foi educado na Corte de D. Duarte, combateu ao lado de D. Afonso V na batalha de Alfarrobeira, retirando-se em seguida para a vida religiosa. Entrou, primeiro, na Ordem dos Eremitas de S. Jerónimo, no Mosteiro de Nossa Senhora de Guadalupe, em Espanha, e depois, na Ordem dos Frades Menores, em Assis, em 1454.

Imbuído de grande fervor religioso, acabou por fundar uma nova Congregação, os Amadeítas, na região de Milão, de onde foi chamado pelo Papa Sisto IV para seu confessor e conselheiro. Em Roma, na atual Cidade do Vaticano, viveu numa pequena Comunidade, em ambiente de pobreza e meditação.

Durante estas meditações terá vivido estados de êxtase e a tradição abona que recebeu, em sucessivas revelações, o conteúdo da sua obra Nova Revelação – Nova Apocalypsis. Esta obra  tem uma finalidade bem concreta: lutar pela reforma da Igreja e pela sua união. A figura central é o “Pastor que há-de vir” . Apesar desta obra ter sido recusada e mal interpretada, ela denota um homem culto e conhecedor daquilo que apresenta. Está estruturada em oito capítulos, “Arrebatamentos”, e desenvolve-se cronologicamente, de acordo com as revelações, segundo o calendário litúrgico; quanto aos temas abrange desde a criação e queda dos anjos até à Assunção de Nossa Senhora, sendo que nos capítulos sexto e sétimo aprofunda o tema da Eucaristia e da Santíssima Trindade.

Foi um grande pregador e confessor. A sua festa litúrgica é a 12 de agosto.