O cardeal-patriarca de Lisboa afirmou que os cristãos devem ser testemunhas de Jesus agora e onde a vida levar “como fronteira aberta”, como na companhia que se presta “seja a quem for” alertando contra o individualismo.
“Diante de tantas vidas mal suportadas no corpo ou no espírito, diante de famílias que dificilmente se podem constituir ou sustentar, um cristão e os que se casam ‘em Cristo’ só podem ser testemunhas da esperança, no horizonte infindo que a sua ressurreição abriu e a ascensão culminou”, disse D. Manuel Clemente, este domingo, na Festa diocesana da Vida e da Família
Na versão do texto que serviu de base à homilia enviada à Agência ECCLESIA, o prelado destacou que o Papa Francisco na exortação apostólica pós-sinodal ‘Amoris Laetitia’ (‘Alegria do Amor’) “verifica” que um individualismo encerrado nos “próprios desejos enfraquece” e obvia qualquer vinculação social, a começar pela familiar e impele “com a urgência da atualidade vivida e sofrida por tantas pessoas e famílias”.
Para D. Manuel Clemente o Papa vê no vínculo conjugal a “base da própria solidariedade” que não se sustentará sem ele e “desmente liminarmente” que o enfraquecimento da família traga qualquer benefício à sociedade, por isso, convocou as duas assembleias sinodais sobre a temática familiar.
“A família sólida e protegida é a base insubstituível dum mundo solidário. Religiosamente considerada é também o ponto de partida da ascensão para Deus”, assinala o prelado recordando o “lugar por excelência” da vida e “transmissora essencial” da cultura, enquanto visão e sentimento das coisas.
Segundo D. Manuel Clemente, que no tópico “familiar” encontrou o cerne da exortação ‘Alegria do Amor’, o Papa dá indicações claras e precisas para a vida da Igreja, na sua relação com as famílias: “Insiste na integração eclesial de todos os batizados, inclusive dos divorciados recasados, dizendo em relação a estes que ‘a sua participação pode exprimir-se em diferentes serviços eclesiais’” (AL, 299).
“Ainda que não inclua nesta série de exclusões a superar as de ordem sacramental, não dispensa estes irmãos e irmãs da ascensão para Deus, com tudo o que possa e deva ser”, acrescentou o cardeal-patriarca de Lisboa.
A Festa da Vida e da Família foi promovida pelo Setor da Pastoral da Família e o Departamento da Catequese, com a participação dos catequisandos do 8.º Volume, do Patriarcado de Lisboa na Casa do Gaiato, em Santo Antão do Tojal, Loures.
O programa incluiu ainda apresentações do cardeal-patriarca sobre a exortação apostólica ‘A Alegria do Amor’ e do livro ‘A família gera o mundo’, com as catequeses do Papa Francisco sobre a Família, às 15h30.
Durante o dia houve vários workshops, testemunhos e animações musicais e na Missa de encerramento vários casais celebraram as suas bodas matrimoniais.
Fonte: Agência Ecclesia
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