D. Manuel Clemente denuncia perseguições contra cristãos

O cardeal-patriarca evocou ontem as vítimas dos ataques no Sri Lanka, durante a homília que proferiu na Sé de Lisboa, e afirmou que o cristianismo é a religião mais perseguida no mundo atual.

O Cardeal-Patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, preside à missa da Solenidade da Ressurreição do Senhor no âmbito das Celebrações Pascais, na Sé de Lisboa, em Lisboa, 1 de abril de 2018. MÁRIO CRUZ/LUSA

“Neste momento, em muitos lugares por esse mundo, como esta madrugada no Sri Lanka, outros cristãos celebram igualmente a Páscoa escondidos ou mal curados de feridas de desastres graves”, disse D. Manuel Clemente, durante a solenidade da Páscoa.

O cardeal-patriarca mostrou-se preocupado com a falta de liberdade religiosa que atinge várias comunidades cristãs.

“Quando mesmo na nossa Europa se sucedem profanações de igrejas, centenas em França no ano passado, e quando estas tristíssimas realidades nos poderiam desanimar e tolher, os cristãos continuam a entrever, por entre os sinais da morte, a presença de Cristo, que a venceu”, declarou.

“A ressurreição de Cristo não é um espetáculo para ver de fora, é um mundo novo a acontecer entre nós. Como transbordou do túmulo vazio, preencherá também os vazios existenciais que aí estão agora, que aí estão urgentes”.

Já na última noite,  o cardeal-patriarca de Lisboa criticou o que denominou como “reducionismo cultural”.

“Nós agora mesmo, quando algum constrangimento social quer inibir o protagonismo cristão propriamente dito ou quando um certo reducionismo cultural normaliza por baixo as suas convicções, afastando-as daqueles espaços que, exatamente por serem públicos, deviam ser de todos como legitimamente são e não de nenhuns como acabariam por ser. Com respeito pelos outros, certamente, mas sendo o próprio respeito a exigir-nos a partilha”, referiu, na homilia da celebração.

Falando na Sé de Lisboa, D. Manuel Clemente lembrou também os que, ainda hoje, arriscam a vida ao celebrar o cristianismo.

“Jesus vencera a morte. O seu cadáver sepultado era agora corpo glorioso, infinita presença em qualquer espaço e tempo. Como o celebramos aqui, como muitos o celebram, por esse mundo fora, mesmo onde o arriscam a vida para o fazerem também”, referiu.

Fonte: Agência Ecclesia