D. José Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda pede aos governantes que o pós-covid-19 seja uma pandemia de solidariedade e Bem-comum

Em nota de imprensa a Diocese Bragança-Miranda informa acerca da mais recente comunicação d Bispo D. José Cordeiro, em tempo de pandemia Covid19.

Caminhamos juntos! Da quaresma à Páscoa! Das quarentenas à Esperança da alegria! O anúncio pascal chegou no confinamento da casa, como na primeira Páscoa!

Afinal, já há quase um mês em casa para a maioria das pessoas, conforme as medidas do estado de emergência e sentimos o cansaço e o desgaste. Todavia, vale mesmo a pena! Caminhamos juntos!

Há muitas pessoas que têm de sair da sua casa para outras casas e outros lugares para o serviço do bem comum na luta do mal comum da pandemia covid 19. Bem-hajam a todos e a cada um!

Na fé da Igreja e, mesmo nas limitações deste tempo, cantamos Aleluia!

O encontro com o Ressuscitado transfigura o coração e a razão e lança-nos um enorme desafio: «não chega só pregar sobre ti, meu Deus, dar-te a conhecer aos outros, desenterrar-te dos corações dos outros. É preciso abrir nos outros o caminho que conduz a ti, meu Deus, e para isso é necessário ser um grande conhecedor da índole humana» (Etty Hilesum).

Obrigado! Bem-hajam!

A todos e a cada um estou profundamente grato, em nome pessoal e em nome da Diocese. Na Oitava da Páscoa, o II Domingo da Páscoa ou Domingo da Divina Misericórdia, toquem novamente os sinos, onde for possível, para a oração do Regina Caeli e do Pai-Nosso. Que seja um momento de gratidão. 

A grande tradição da Igreja chama a este domingo o «domingo in albis» (o domingo em vestes brancas). De facto, os baptizados na vigília pascal traziam a veste branca durante toda a semana de Páscoa e no segundo domingo tiravam-na. Hoje, este dia é enriquecido com um nome novo, domingo da divina misericórdia. No entanto, os textos bíblicos da Liturgia da Palavra desenvolvem o tema da fé na ressurreição que se manifesta na comunidade de Jesus.

Por isso, este momento da ‘linha da retaguarda orante’ agradecerá aos da ‘linha da frente’ a sua heroicidade e dedicação à dignidade da vida humana: aos médicos, aos enfermeiros, aos técnicos, aos auxiliares, aos voluntários: nos lugares da saúde da ULSNE, nas casas, nos lares, nas IPSS’S (queremos agradecer especialmente à Cáritas Diocesana, às Fundações, aos Centros Sociais Paroquiais e às Santas Casas da Misericórdia); aos profissionais da PSP, da GNR, dos Bombeiros, dos estabelecimentos prisionais, da comunicação social e de tantos e tantas de quem nem sequer sabemos o nome e todo o bem que fazem. Muito obrigado!

É nos gestos de amor, de partilha, de serviço, de encontro, de fraternidade, que encontramos Jesus Cristo vivo, a transformar e a renovar o mundo.

Juntamente com o Presbitério e toda a comunidade diocesana pedimos, na comunhão crente e orante, a inteligência e a coragem, sobretudo para os governantes, para que o pós-pandemia covid 19 seja uma pandemia de solidariedade e Bem comum na prioridade às pessoas, especialmente aos que mais precisam.

Coragem e confiança!

A Santíssima Trindade nos salve e nos abençoe.

Bragança, 13 de abril de 2020, Oitava da Páscoa.

+ José Manuel Cordeiro

Bispo de Bragança-Miranda