Bispo de Leiria-Fátima, tomou ontem posse da Basílica que lhe foi atribuída pelo Papa Francisco na sua criação cardinalícia
O cardeal D. António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima, tomou ontem posse da basílica de Santa Maria Sopra Minerva, em Roma, onde presidiu pela primeira vez a uma celebração e destacou a estreita ligação que existe entre Fátima e este lugar.
“Não posso deixar de mencionar esta significativa titularidade que me liga tanto a Roma como a Fátima. Por um lado, o vínculo de afeto ao Papa pela presença dos restos mortais de Santa Catarina de Sena, padroeira de Itália, tão apegada ao Papa, a quem chamava doce “Cristo na terra”. Por outro lado, a ligação a Fátima: a basílica é um ponto de referência para os fiéis de Roma na sua devoção à Senhora do Rosário, como pode ser visto a partir da escultura colocada na entrada da Igreja” afirmou na homília.
O prelado de Fátima assumiu assim a titularidade da igreja romana que lhe foi entregue pelo Papa Francisco aquando do consistório em junho. Juntamente com o barrete vermelho e o anel, a atribuição de uma igreja na capital Italiana simboliza a “solicitude pastoral” do novo cardeal para com o Papa.
O bispo de Leiria-Fátima, que foi recentemente escolhido pelo Papa Francisco para participar no trabalho do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, passa a ter o seu brasão na fachada desta igreja romana que continua a ser dirigida pelo seu reitor. Esta tarde, numa palavra de boas-vindas ao novo cardeal, afirmou que esta celebração era mais do que uma formalidade e sublinhou a forte devoção mariana desenvolvida na Igreja, em especial a devoção à Senhora do Rosário.
“Queremos viver este momento como uma etapa de algo que irá sendo construído com o tempo. A Virgem do Rosário, talvez falando ao coração do Santo Padre, enviou-o aqui, porque esta é a sua casa”.
D. António Marto entrou simbolicamente na Igreja de que é titular no último domingo do ano litúrgico. Durante a homilia refletiu sobre a realeza de Jesus Cristo e o seu reino de “verdade e de vida, de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz”.
“Cristo, o rei, não se impõe, dá-nos liberdade; não nos conquista, mas atrai-nos com o seu amor e a sua ternura; não nos domina e não nos inspira medo; antes bate na porta do coração e da mente de cada um e, onde ele entra traz misericórdia, paz e alegria! Este é o caminho do Reino de Cristo!Queridos irmãos e irmãs, todos somos chamados a acolher e colaborar na construção deste reino na história”, disse o bispo de Leiria-Fátima.
“Nesta perspetiva, podemos perceber a manifestação de Nossa Senhora em Fátima: Ela apareceu nesse lugar para proclamar o chamamento urgente a acolher o reino de Deus numa hora histórica em que era recusado, combatido, perseguido pelos poderes totalitários e ateus”, disse ainda o Cardeal.
Durante a homilia, D. António Marto evocou as figuras dos santos pastorinhos- Francisco e Jacinta Marto- como “exemplo vivo” do acolhimento deste reino da “santidade e da graça” na sua “oferta total a Deus e no seu amor aos pobres, aos doentes, aos aflitos e aos pecadores”.
“Confiamos a Igreja e toda a humanidade à intercessão de Nossa Senhora do Rosário e os santos pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta Marto, para que o amor de Deus reine em todos os corações e se cumpra o seu desígnio de justiça e de paz”, concluiu.
António Augusto dos Santos Marto nasceu a 5 de maio de 1947, em Tronco, Concelho de Chaves, Diocese de Vila Real; foi ordenado padre em Roma, em 1971 e a 10 de novembro de 2000 foi nomeado bispo auxiliar de Braga, pelo Papa João Paulo II, tendo passado pela Diocese de Viseu antes de ser escolhido por Bento XVI, em 2006, como bispo de Leiria-Fátima. É o quinto cardeal português do século XXI e o segundo a ser designado no atual pontificado.
A Basílica de Santa Maria Sopra Minerva foi entregue, no século XVIII, ao cardeal Guilherme Henriques de Carvalho, 9.º patriarca de Lisboa, que também foi bispo de Leiria.
Fonte: Santuário de Fátima
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