D. António Marto lança corrente de oração do rosário pela paz na Ucrânia

D. António Marto apela a “uma corrente de oração do rosário nesta semana, em forma individual, familiar ou comunitária, pela paz na Ucrânia”.

O Santuário de Fátima promove esta semana uma corrente de oração pela Paz na Ucrânia respondendo. A iniciativa do Santuário é uma resposta ao apelo feito por D. António Marto este domingo na Missa da Festa dos santos Pastorinhos de Fátima, celebrada na Basílica da Santíssima Trindade.

imagem | Santuário de Fátima

“Deste Santuário da Paz faço um apelo a vós aqui presentes e a todos os católicos do país para iniciarem uma corrente de oração do rosário nesta semana, em forma individual, familiar ou comunitária, pela paz na Ucrânia”, afirmou o Administrador Apostólico da diocese de Leiria-Fátima.

O terço, a oração mais insistentemente pedida por Nossa Senhora nas suas aparições da Cova da Iria, é por excelência a oração da Paz. Logo na primeira aparição, em maio de 1917, Nossa Senhora diz aos videntes: “Rezem o terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra”. O Papa S. João Paulo II dizia: “não se pode recitar o Rosário sem sentir-se chamado a um preciso compromisso de serviço à paz” (RVM, n. 6)

Esta intenção será igualmente lembrada aos sacerdotes que presidem ao terço das 18h30, que é transmitido pelos órgãos de comunicação social e, diariamente, transmitida pela TV e Rádio Canção Nova.

Na homilia de domingo, o cardeal português, juntando a sua voz à do Papa Francisco lembrou as dificuldades que o mundo atravessa.

“No difícil contexto atual que o mundo conhece e atravessa, após longo período de fragilidades, feridas, incertezas, luto e medos em que paira uma ameaça de guerra, é necessário despertar da indiferença, da apatia, do cansaço espiritual, do desânimo que pode levar ao fatalismo”, afirmou sublinhando que diante das dificuldades é a força da humildade que pode transformar o mundo.

“Por vezes somos levados a pensar que só os poderosos (os poderes económico-financeiros e políticos) podem transformar o mundo. Mas Deus conta com os pequenos e os humildes, com a força de fá na sua misericórdia, com o testemunho da conversão e da compaixão, com a força da oração para renovar o mundo. Somos chamados a olhar o futuro com confiança, reconstruindo as relações entre as pessoas e os povos, como Bons Samaritanos que cuidam dos feridos e ajudam a curar as feridas do nosso tempo”, explicitou.

Igreja celebra a festa litúrgica dos santos Pastorinhos, Francisco e Jacinta Marto, no dia em que se completaram o 102º aniversário da morte da mais nova dos videntes

Na missa dominical, o  Administrador Apostólico da diocese de Leiria-Fátima lembrou que os Pastorinhos “são o melhor comentário vivo do evangelho proclamado”.

Esta foi a última celebração a que D. António Marto presidiu no Santuário de Fátima, enquanto responsável pela diocese de Leiria-Fátima e, na homilia, lembrou que Jesus “põe bem no centro não um adulto nem pessoa importante aos olhos do mundo, mas uma criança”.

“Não é para ressaltar a inocência, como por vezes se diz, mas sim para revisitar a infância, e descobrir o mistério que a habita e carateriza, através do entusiasmo da relação com a vida e as suas surpresas, e das novas descobertas; através da abertura à relação de amor, ternura e carinho dos familiares e ainda através da confiança e abandono nos braços e no regaço da mãe e do pai que afastam o medo”, explicou o Cardeal, recordando o ato de quando um pai ergue o filho pequeno nos seus braços, o “eleva a cima da sua cabeça e lhe diz: Vês? És maior que eu, o pequeno sente-se grande no amor do pai, o amor faz-nos grandes”.

Os pastorinhos são “testemunho vivo deste caminho espiritual no qual foram introduzidos pela ternura da Senhora mais brilhante que o sol”, pois “Sentiram-se atraídos e envolvidos pela beleza do amor e ternura de Deus que os surpreendia e deslumbrava a ponto de viverem a experiência da sua presença e união íntima”.

Assim “abandonaram-se nos braços amorosos de Deus com uma alma de criança, sem medo, com total confiança, verdadeiramente felizes e este é o segredo da vida mística”.

D. António Marto considera que “esta experiência deve contagiar-nos neste nosso tempo de esquecimento de Deus, de esmorecimento da fé”, já que a atual conjuntura de pandemia, “num mundo plural e pluralista, num ambiente social e cultural de indiferença religiosa e, por vezes, adverso, não há fé que aguente sem esta dimensão mística”.

Os Pastorinhos, “colaboradores de Deus no seu desígnio de misericórdia sobre a humanidade e a Igreja em momentos de grande sofrimento de guerras e perseguição”, ofereceram-se “sem hesitação, com o seu sim total, com o amor ardente que tinham no peito, com a oração solidária do rosário, com pequenos e grandes sacrifícios, com o testemunho de fidelidade até ao fim da sua vida feita toda ela oblação, pela paz no mundo e conversão dos pobres pecadores mais necessitados de misericórdia”.

Desta forma “transmitiam a esperança na vitória do amor sobre os dramas da história, do amor sobre o ódio, confiantes na promessa consoladora de Nossa Senhora”, disse ainda o prelado.

Fonte: Santuário de Fátima