Bispo da diocese de Leiria-Fátima afirma “é preciso despartidarizar um problema que é uma causa nacional”
D. António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima, deixou um apelo ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para que “mobilize energias” e “não deixe cair no esquecimento” as vítimas dos incêndios.
Na conferência de imprensa que antecede a Peregrinação Internacional Aniversária de Agosto, o prelado deixou uma palavra de “solidariedade com as vítimas dos incêndios e para com aqueles que os combatem com grande dedicação pondo em risco a própria vida”.
“Permitam-me evocar a nota pastoral do episcopado de 27 abril passado, que já chamava atenção dos responsáveis políticos para a prevenção destes incêndios que se mostraram uma catástrofe e se repetem todos os anos, e todos os anos denunciam erros que se repetem e é fundamental à mobilização da sociedade nas suas diversas instâncias”, alertou.
D. António salientou a importância de “criar sinergias” nas diferentes instâncias de “uma forma concertada e para isso é preciso despartidarizar um problema que é uma causa nacional e não permitir que ninguém o instrumentalize”.
“Deixo um apelo em nome pessoal ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para que com a sua responsabilidade, arte de diálogo e capacidade de fazer consensos, seja ele a assumir esta mobilização de energias e não deixe cair no esquecimento esta causa”.
O bispo de Leiria-Fátima disse ainda que “teremos presente esta intensão na oração da nossa peregrinação”.
Segundo informações da Cáritas Portuguesa, a recolha de fundos, da campanha “Cáritas com Portugal abraça vítimas dos incêndios”, contabiliza 1.704.813€, dos quais 1.300.000€ estão destinados à Cáritas Diocesana de Coimbra que anunciou assumir a construção e reconstrução de 40 casas de primeira habitação. A restante parte da verba está destinada à Caritas Diocesana de Portalegre e Castelo Branco para a construção e reconstrução de 8 casas de primeira habitação identificadas no concelho de Mação, informou D. António Marto.
No ofertório nacional decorrido no passado dia 2 de julho passado, foram totalizados 917.221€, que exprimem manifestamente a “generosidade do povo português”.
O prelado salientou ainda “a causa da paz como prioridade clara e urgente, não só no Medio Oriente, mas também na Ásia, e faço eco dos bispos da Coreia, que citam o pedido de Nossa Senhora para rezar pela paz, e vamos apelar a isso de forma particular nesta peregrinação, não esquecendo a Venezuela. Lembramos ainda os cristãos perseguidos na Nigéria e na República Centro Africana”.
“O centenário tem tido um grande impacto pela presença do Papa Francisco e pela projeção mundial da mensagem de Fátima e que faz com que seja um centro mundial de peregrinação”.
Segundo o Serviço de Peregrinos do Santuário de Fátima, em julho de 2017, foram registados 809 grupos num total de 37.926 peregrinos.
Já no mesmo mês de 2007, foram registados 290 grupos organizados e 14.700 peregrinos estrangeiros, acrescentou, explicando que julho “é normalmente o mês com mais grupos estrangeiros” presentes no Santuário e que 2007 foi um ano em que se “atingiram números que nunca se tinham atingido”.
A diferença também se nota quando se contabilizam apenas os dias 12 e 13 de julho de 2017 e de 2007.
Em 2007, nesses dois dias, registaram-se 80 grupos e 3.936 peregrinos estrangeiros, sendo que, em 2017, contabilizaram-se 225 grupos e 9.911 peregrinos.
Fonte: Santuário de Fátima
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