D. António esteve em mais um encontro com os jovens: “Vamos lá limpar umas teias de aranha!”

Depois da primeira edição do encontro do Bispo com os jovens ter sido realizado em Leiria, no passado fim de semana foi a vez do D. António Marto falar com a juventude das vigararias de Ourém e Colmeias.

O primeiro, ocorreu no centro paroquial de Caxarias na sexta-feira, dia 11, onde estiveram 150 jovens das 13 paróquias que constituem a vigararia de Ourém. No dia seguinte, o Cardeal deslocou-se até à Memória, onde também o esperava uma audiência de 150 pessoas vindas de 10 paróquias. Minutos antes de começar cada um dos encontros, a organização, da responsabilidade de equipas vicariais formadas para o efeito, tinha em comum as baixas expetativas para a presença de jovens. A verdade, é que os dois auditórios se revelaram exíguos para a numerosa assembleia.

No início de cada encontro, tal como previsto, foram feitas as apresentações da paróquias presentes e, no caso de Ourém, e após um momento musical apresentado por um grupo da Escola de Música e Artes de Ourém — Ourearte —, foi projetado um vídeo sobre o tema realizado pela equipa vicarial de pastoral juvenil. Já na Memória, foi apresentado um jogral em que, na sequência de perguntas feitas por um jovem, se apresentava a pessoa de Jesus Cristo.

Como era natural, a parte mais importante consistia nas respostas que o D. António tinha para dar às questões que os jovens formularam em reuniões de preparação para estes encontros. Estavam em discussão sete áreas temáticas previamente estabelecidas com as equipas vicariais e pastorais.

O Cardeal quis aproveitar a ocasião e as perguntas para “limpar algumas teias de aranha”. Segundo o Bispo, existem muitas ideias acerca da Igreja que são erradas, porque não são bem explicadas e até mesmo infundadas. Uma delas é a falsa noção de que a Igreja não tem espaço para os jovens. D. António explicou que existem espaços especificamente criados para os mais novos, de acordo com a situação de vida de cada um. Disso é exemplo a pastoral dedicada ao setor e toda uma série de movimentos eclesiais que, para além de refletirem sobre as realidades juvenis, são espaços de atuação para os seus destinatários.

Temas tabu
Como seria de esperar, foram feitas algumas questões consideradas tabu pela sociedade. “Mais umas teias de aranha”, afirmou o Bispo diocesano, explicando que nem são assuntos tabu, nem as ideias que muitas vezes circulam são as que a Igreja defende. Referia-se a questões relativas à sexualidade e moral cristãs, ao aborto e à eutanásia. “Parece que a Igreja é repressora”, afirmou, acrescentado que “o que a Igreja diz e que vem nas Sagradas Escrituras é que a sexualidade é um dom de Deus: bom e belo”. O problema “é que há uma mentalidade dominante redutora, consumista, do usa-deita-fora, sem compromisso; ensinam-se muitas técnicas e prevenções, mas isso não educa nem a mente, nem o coração, nem os afetos”. E continuou: “o ato sexual é a comunhão dos corpos que, por sua vez, deve exprimir a comunhão das pessoas, a comunhão de vida”.

O Bispo responde
Já perto do final do encontro, são lançadas algumas questões ao Bispo a que ele tem de responder muito rápida e sucintamente. Este momento chama a atenção dos presentes por ser ainda mais informal e coloquial, permitindo ao entrevistado a revelação de aspetos curiosos da sua vida pessoal. As perguntas feitas e as respostas dadas, foram estas:

Qual a sua comida favorita?
Peixe fresco grelhado.

Prefere acordar cedo ou deitar tarde?
Acordo cedo e deito-me tarde.

O que costuma fazer nos tempos livres?
Costumo descansar, porque durmo pouco durante a noite, ouvir música clássica para relaxar, ou ler um livro.

O livro favorito?
O que mais uso: a Bíblia.

Gosta de conduzir?
Sim, na auto-estrada.

Doces ou salgados?
Salgados.

Clube de futebol?
Sporting.

Pratica exercício físico?
Gosto de fazer as minhas caminhadas, sobretudo nas férias, junto ao mar.

Ser bispo é…
Servidor da alegria do Evangelho.

Os jovens são…
Fantásticos.

Já dançou numa discoteca?
Sim. Em Londres.

Pertenceu a um grupo de jovens?
No meu tempo não havia.

Já namorou?
Quando tinha 16, 17 anos. Mas era um amor platónico.

Uma memória da juventude?
Uma dos 18 anos: quando decidi ser padre.

Tem algum talento especial?
Sou uma pessoa de relação fácil e cordial com todas as pessoas.

A viagem mais marcante?
A primeira que fiz a Roma.

Algum sonho por realizar?
Que a juventude agarrasse bem a alegria e o entusiasmo da fé.

Que conselho daria ao António Marto de 16 anos?
Para estudar música. Tenho pena de não ter estudado música.

Se estivesse frente a frente com Deus, o que gostaria de lhe perguntar?
Perguntava-lhe: “O que é que esperavas mais de mim?”.

Impressões dos jovens presentes
Depois deste encontro, sinto-me bem, sinto-me cheia. Foi muito bom, para expressar a nossa fé e conhecer a nossa fé. Gostei da resposta do Senhor Bispo à pergunta “como é que no dia a dia conseguimos mostrar a nossa fé” em que ele disse que tem de ser com mais amor, que só assim conseguimos mostrar que as nossas ações vêm da nossa fé. Se um cristão faz coisas com amor é imediatamente reconhecido. (Inês, São Simão de Litém)

Foi um serão muito enriquecedor, uma oportunidade para partilharmos as nossas questões com o Senhor Bispo e para ouvirmos o que ele tinha para nos dizer. Gostei da forma como ele nos falava, a olhar-nos nos olhos. Uma das ideias mais importantes foi que todos os jovens são importantes na Igreja. (Inês, Colmeias)

Foi uma noite diferente para mim, nunca tinha participado em nada do género. Achei muito interessante a história do acrobata que o D. António contou para explicar aquilo que é a confiança. Sinto que temos um Bispo que está muito ligado aos jovens. (António, Colmeias)

Foi um encontro muito esclarecedor e muito positivo. O D. António conseguiu conversar connosco sobre alguns dos temas tabu da actualidade e, além disso, tem um grande sentido de humor. Sinto que se pode confiar nele como nós confiamos no nosso próprio pai, mesmo quando aborda temas como a sexualidade. (Catarina, Memória)

Foi um encontro bastante importante por causa da responsabilidade que o Bispo tem. O D. António, quando está com os jovens, tem sempre uma maneira especial de falar com eles. Gostei muito daquela parte em que ele, usando as palavras do Papa, diz que os não devemos andar de cara fechada, a transparecer demasiada seriedade. Um cristão deve ser alegre. (Ivan, Matas)

Vim a este encontro porque tenho interesse nestes casos e acho que foi bom. É uma expressão daquelas palavras de Jesus: onde dois ou três estiverem presentes em meu nome, eu também estarei. (António Mangas, Nossa Senhora da Piedade)

Vim, porque é um encontro para jovens e eu sou um jovem. O senhor Bispo foi “top”, com  respostas bem aplicadas, e gostei muito da sua bondade. (Miguel Lourenço, Memória)

Estes encontros são importantes, porque o senhor Bispo precisa da nossa opinião jovem. Gostei muito, sobretudo de alguns testemunhos da sua vida. (Cristiana, Colmeias)

Fonte: Diocese Leiria-Fátima