“Cuidado com o mito da eterna juventude, rugas são símbolo da vida!” afirma Papa

Esta foi a advertência feita pelo Papa Francisco na Audiência Geral desta quarta-feira, na Praça São Pedro. O tema é a velhice, de modo especial um diálogo entre Jesus e Nicodemos.

O Pontífice aproveitou para comentar uma das tendências da nossa sociedade, que é a busca pela eterna juventude.

Eis um trecho da catequese do Pontífice: “A nossa época e a nossa cultura, que mostram uma tendência preocupante para considerar o nascimento de um filho como uma simples questão de produção e reprodução biológica do ser humano, cultivam então o mito da juventude eterna como a obsessão – desesperada – da carne incorruptível. Por que a velhice é – de muitos modos – desprezada? Porque traz a prova irrefutável do despedimento deste mito, que nos faria regressar ao ventre da mãe, para sermos eternamente jovens no corpo.

A técnica deixa-se atrair por este mito de todos os modos: à espera de derrotar a morte, podemos manter o corpo vivo com medicamentos e cosméticos, que abrandam, escondem, removem a velhice. É claro que o bem-estar é uma coisa, a alimentação mística é outra. Não se pode negar, contudo, que a confusão entre os dois nos está a causar confusão mental.

Confundir o bem-estar é alimentar o mito da eterna juventude, e muito se faz para ter de voltar esta juventude sempre. Mas muitos, muitos cosméticos, operações cirúrgicas para aparecer jovens. Vêm-me à mente as palavras de uma sábia atriz italiana, (Anna) Magnani, quando lhe disseram que era preciso tirar as rugas e ela disse: “Não, não as toquem! Tantos anos levei para tê-las: não as toquem!”. É isto: as rugas são um símbolo da experiência, um símbolo da vida, um símbolo da maturidade, um símbolo do caminho percorrido. Não tocá-las para se tornar jovens, mas jovens só no rosto: o que interessa é toda a personalidade, o que interessa é o coração e o coração permanece com aquela juventude do vinho bom que quanto mais envelhece, melhor fica.”