Cristo ressuscitou e, na sua grande misericórdia, nos há de ressuscitar

2º Domingo da Páscoa  | Domingo da Divina Misericórdia

Comecemos por ler as passagens bíblicas da Liturgia da Palavra deste Domingo.

1ª Leitura: Actos dos Apóstolos 2, 42-47
Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum

Salmo Responsorial 117(118), 2-4.13-15.22-24
Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, porque é eterna a sua misericórdia

2ª Leitura Primeira Epístola de São Pedro 1, 3-9
Fez-nos renascer para uma esperança viva pela ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos )

Evangelho de São João 20, 19-31
Oito dia depois, veio Jesus…

Foto: Cathopic | Dimitri Conejo Sanz

A leitura do livro dos Actos dos Apóstolos descreve-nos como viviam os primeiros cristãos nas suas comunidades: “Todos os que haviam abraçado a fé viviam unidos e tinham tudo em comum…Todos os dias frequentavam o templo, como se tivessem uma só alma, e partiam o pão em suas casas; tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração, louvando a Deus e gozando da simpatia de todo o povo”. Seguramente que também tinham as suas limitações e defeitos, como todo o ser humano, mas a nota dominante era a da união fraterna, da alegria e da entreajuda. Este tipo de comunidade que nos cabe hoje construir, nas nossas famílias, paróquias e movimentos, certamente com dificuldades, mas sem nunca desistir de um grande ideal. Num tempo em que cresce o número de pobres e necessitados, importa promover a partilha fraterna. São Basílio, no século IV, assim afirmava: “Se cada um tomasse para si quanto precisa para as suas necessidades, deixando o supérfluo ao indigente, ninguém seria rico e ninguém seria pobre”.

São Pedro, nesta sua carta, enche-nos de alegria e esperança, dando-nos uma visão positiva das provações que nos visitarem, pois serão ocasião de purificação para recebermos a coroa da glória que o Senhor nos quer oferecer. Assim se purifica o ouro no crisol, para que tenha melhor qualidade. Viver na fé em Cristo que ressuscitou e, na sua grande misericórdia, nos há de ressuscitar, é fonte de profunda consolação.

As aparições do Senhor ressuscitado são sempre fonte de paz e alegria. Como também hoje deve ser para nós a participação na Eucaristia. Aqui está realmente presente Cristo que deu a vida por nós e, tendo ressuscitado, está hoje vivo na comunidade dos crentes.

Certamente que todos nós, alguma vez, sentimos a tentação do apóstolo Tomé, pretendendo ter certezas na fé com o tipo de evidência das coisas materiais, científicas. Finalmente, Tomé rendeu-se à certeza da fé em Cristo ressuscitado: “Meu Senhor e meu Deus”. Agradeçamos o dom precioso da fé, que nos torna capazes de aceitar o dom da presença de Jesus ressuscitado nas nossas vidas. Assim, Jesus é nosso contemporâneo.

Celebramos hoje o “Domingo da Divina Misericórdia”, que o Papa São João Paulo II instituiu no ano 2000, na sequência das revelações do Coração de Jesus a Santa Faustina Kowalska. Abramos o nosso coração, cheios de confiança, às torrentes de misericórdia do Coração do nosso Salvador.