“Corrigir os que erram” é uma obra de misericórdia

No 23º Domingo do Tempo Comum vamos refletir no amor para com todos.

Liturgia da Palavra

1ª Leitura | Ezequiel 33, 7-9
Salmo 94 (95) | Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações
2ª Leitura | Romanos 13, 8-10
Evangelho | Mateus 18, 15-20

foto | cathopic

Também hoje o Senhor dá a cada um de nós, como ao profeta Ezequiel, a missão de sermos “sentinelas” do bem dos que vivem ao nosso lado. Deus, que deseja o nosso maior bem, quer precisar de nós para ajudarmos a todos os que fazem parte da nossa vida. Todos temos a ver com todos, ensina-nos a palavra de Deus. É também esta uma lição da recente pandemia. Ninguém pode estar bem sem velar pelo bem dos outros. Todos temos a missão de profeta, sentinela, guarda e servidor das pessoas que vivem connosco e que vamos encontrando.

São Paulo recomenda que tenhamos uma dívida original, que não empobrece ninguém: “Não devais a ninguém coisa alguma, a não ser o amor de uns para como os outros”. É uma feliz dívida, que nunca acabaremos de pagar. O amor mútuo não é um favor, um luxo opcional, mas o acertar as contas de uma dívida. Todos devemos estar endividados de fraterno amor. A lei fundamental das nossas vidas resume-se no amor mútuo: “A caridade é o pleno cumprimento da lei”.

O capítulo 18 do Evangelho de São Mateus trata das relações entre os cristãos de uma comunidade. Nesta passagem recorda-nos o modo de proceder perante alguém que errou. Cumpre-nos aplicar sempre este princípio pedagógico, pastoral, enunciado por Cristo: “É da vontade de vosso Pai que está no Céu que não se perca um só destes pequeninos”. Todos devemos imitar o bom pastor que vai, por montes e vales, à procura da ovelha perdida. Recentemente nos recordava o Papa Francisco: “A ovelha só está perdida quando o pastor desiste de a procurar. Nunca antes”. Jesus indica-nos que temos de fazer tudo para recuperar alguém que se comportou mal, que se extraviou. Trata-se de aprender a arte da correção fraterna. “Corrigir os que erram” é uma obra de misericórdia. Corrigir não é humilhar e impor a alguém um certificado de mau comportamento. Corrigir deve significar ajuda fraterna, que estimula e oferece esperança.