O Papa João Paulo II beatificou e canonizou, no ano 2000, sua compatriota a Ir. Faustina Kowalska, uma santa religiosa que recebeu visões e revelações de Nosso Senhor Jesus Cristo a respeito da Divina Misericórdia.
Em seu famoso diário, Santa Faustina relata o momento em que Jesus lhe pediu a instituição da festa da Sua Misericórdia:
“A Minha imagem já está na tua alma. Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia.”
Atendendo ao apelo do próprio Jesus pelas palavras de Santa Faustina, João Paulo II estabeleceu o segundo domingo da Páscoa – tradicionalmente conhecido como Dominica in Albis – como a festa da Divina Misericórdia.
A Ir. Faustina Kowalska, conhecida já em todo o mundo, apóstola da Misericórdia de Deus, é considerada pelos teólogos como fazendo parte dum grupo de notáveis místicos da Igreja.Nasceu como terceira de dez filhos numa pobre, mas piedosa, família de aldeões, em Glogowiec. No Baptismo, na igreja paroquial de Swinice Warckie, recebeu o nome de Helena. Desde infância distinguiu-se pela piedade, pelo amor à oração, pela diligência e obediência, e ainda por uma grande sensibilidade às misérias humanas. Frequentando a escola, não chegou a acabar a terceira classe; como jovem já de dezasseis anos deixou a casa familiar para ir trabalhar como criada em Aleksandrów e Lodz, a fim de angariar meios de subsistência própria e de ajudar os pais.
O chamamento da vocação faz-se sentir desde os sete anos de idade (dois anos antes da Primeira Comunhão), embora os pais não concordassem com a ideia da entrada da filha para um Convento. Nesta situação, Helena procurava encobrir este divino chamamento mas, interpelada pela visão de Cristo sofredor e pelas Suas palavras de repreensão: “Quanta mais paciência é que hei-de ter contigo e até quando tu Me desiludirás?”
Enfim, no dia 1 de Agosto de 1925, transpôs o limiar da clausura no Convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, na rua Zytnia, em Varsóvia. No seu Diário confessou: “Parecia que tinha entrado na vida do Paraíso. E a única prece que me brotava do coração era de acção de graças.”
Em 22 de fevereiro de 1931, Jesus Cristo apareceu à jovem religiosa, onde pede a Ir. Faustina que pinte a imagem que conhecemos como Jesus Misercicódioso.
“À noite, quando eu estava em minha cela, percebi a presença do Senhor Jesus vestido de uma túnica branca. Uma mão estava levantada a fim de abençoar, a outra pousava na altura do peito. Da abertura da túnica no peito saíam dois grandes raios, um vermelho e outro pálido. Em silêncio eu olhei intensamente para o Senhor; minha alma estava tomada pelo espanto, mas também por grande alegria. Depois de um tempo, Jesus me disse: ‘Pinta uma imagem de acordo com o que vês, com a inscrição, ‘Jesus, eu confio em Vós. Prometo que a alma que venerar esta Imagem não perecerá.”
Algum tempo depois, Nosso Senhor lhe explicou o significado dos dois raios em destaque na imagem:
“Os dois raios representam o Sangue e a Água. O raio pálido representa a Água, que justifica as almas; o raio vermelho representa o Sangue, que é a vida das almas. Ambos os raios saíram das entranhas de minha Misericórdia quando, na Cruz, o Meu Coração agonizante foi aberto pela lança… Estes raios defendem as almas da ira do meu Pai. Feliz aquele que viver sob a proteção deles, porque não será atingido pelo braço da Justiça de Deus.”
Festa da Divina Misericórdia
Jesus disse à Irmã Faustina: “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pobres pecadores. Neste dia estão abertas as entranhas da Minha Misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre aquelas almas que se aproximam da fonte da Minha Misericórdia. A alma que for à confissão e receber a Sagrada Comunhão obterá remissão total das culpas e das penas. Nesse dia estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais se derramam as graças. Que nenhuma alma receie vir a Mim, ainda que os seus pecados sejam tão vivos como escarlate… (Diário 699).
“Minha filha, declara que a Festa da Minha Misericórdia brotou das Minhas entranhas para consolação do Mundo inteiro”. (Diário 1517).
(Fonte: cancaonova.com | padrepauloricardo.org | marianos.pt)
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