A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou o seu apoio à causa de canonização de frei Bartolomeu dos Mártires (1514-1590), com um documento que “atesta” a sua “relevância eclesial”, em vista do processo de canonização com dispensa de milagre.
Os bispos das dioceses de Braga e Viana do Castelo já tinham revelado que o Papa Francisco aceitou o pedido de canonização do Beato Bartolomeu dos Mártires, sem a necessidade de mais um milagre concedido por sua intercessão.
Trata-se de uma ‘canonização equipolente’, processo a que o Papa Francisco tem recorridos em diversas ocasiões, é um processo instituído no século XVIII por Bento XIV, através do qual o Papa vincula a Igreja como um todo para que observe a veneração de um Servo de Deus ainda não canonizado pela inserção de sua festividade no calendário litúrgico da Igreja universal, com Missa e Ofício Divino.
A Assembleia Plenária da CEP sublinhou, no comunicado final da reunião que decorreu em Fátima desde segunda-feira, a “fama de santidade e o culto do Beato Bartolomeu dos Mártires”.
“O testemunho da sua vida e a transparência dos seus escritos mostram como o reconhecimento da sua santidade poderá ser marcante para o hoje da história da Igreja, em Portugal e no mundo”, refere o texto.
D. Manuel Clemente, presidente da CEP, recordou aos jornalistas que “as canonizações não são necessariamente feitas em Roma”.
Nesse sentido, o cardeal-patriarca sublinhou a importância do “envolvimento das dioceses que estão mais ligadas” à figura do beato na divulgação da sua fama de santidade.
“Esperemos que o Papa reconheça que isto é exatamente assim, que a santidade é atestada eclesialmente pelas populações”, precisou.
O presidente da CEP evocou a veneração dos católicos e “até dos episcopados” pelo frei Bartolomeu dos Mártires como um “exemplo para todos os tempos do que é um pastor para o seu povo”, com particular atenção aos pobres.
D. Manuel Clemente espera que o processo se conclua em breve e admitiu que a canonização seja assinala com uma cerimónia presidida pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé), cardeal Angelo Amato.
“Será sempre muito bem recebido”, referiu, em conferência de imprensa.
Frei Bartolomeu, nascido em Lisboa, foi arcebispo de Braga e também responsável pelo território que hoje compreende as dioceses de Viana do Castelo, Bragança-Miranda e Vila Real.
Foi declarado venerável a 23 de março de 1845, pelo Papa Gregório XVI e beato a 4 de novembro de 2001, pelo Papa João Paulo II.
A 1 de maio de 2014, a Conferência Episcopal Portuguesa publicou uma nota pelos 500 anos de nascimento do futuro santo, que se encontra sepultado em Viana do Castelo, no Convento de São Domingos que ele próprio mandou construir e onde se recolheu até à sua morte em 16 de julho de 1590.
Fonte: Agência Ecclesia
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