A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que está a decorrer até ao próximo domingo, procura chamar a atenção para o “muito que ainda há a fazer” no campo do ecumenismo.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, João Luís Fontes, da Equipa Ecuménica Jovem, destaca o simbolismo das propostas deste ano, preparadas pela comunidade cristã da Letónia.
“Em todas as celebrações eles usam uma patena e um cálice vazios, para dizer que apesar do muito que já percorremos em termos ecuménicos, também temos o que ainda não conseguimos fazer, e que tem que ser o nosso ponto de chegada para uma unidade, que é a comunhão eucarística”, explica aquele responsável.
Olhando para a palavra “ecumenismo”, João Luís Fontes realça que a palavra originária do grego surgiu “para dizer que o mundo e a Igreja são a casa de todos” e que, no caso dos cristãos, eles são “uma única família, dos crentes em Jesus”.
“Uma realidade que se tornou mais clara” há dois anos, também por ocasião do oitavário de oração pela Unidade dos Cristãos, em que as várias Igrejas cristãs em Portugal assinaram “o reconhecimento mútuo do batismo”.
João Luís Fontes mostra-se satisfeito por este e outros passos que têm sido dados “nos últimos 20 ou 30 anos”.
No caso do reconhecimento mútuo do batismo, ele representa “um assumir claro face ao sacramento através do qual todos entram na Igreja e assumem a sua pertença a Cristo”, a fidelidade a “um único Senhor”, aponta o investigador.
Subordinada ao tema “Chamados a proclamar as maravilhas do Senhor”, a edição deste ano da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos é um convite à escuta e à partilha da Palavra de Deus mas também um desafio aos cristãos para conhecerem outras Igrejas, outros espaços de celebração.
Segundo João Luís Fontes, a temática escolhida, que à partida poderia parecer “pouco desafiante”, é na verdade muito rica pois aponta para a experiência de um povo e de um país (a Letónia) “muito sofrido”, à semelhança da “maior parte dos países de Leste”.
Uma nação onde também a comunidade cristã teve de sobreviver a uma “sucessão de regimes totalitários” e de “ocupações”.
Tudo isto fez com que eles se sentissem “guardados” por Deus, que os ajudou a “construir uma história longa e a preservar a fé”, salienta João Luís Fontes.
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