Como tornar a terapia um tratamento eficaz

Reflita sobre o papel da terapia e a melhor abordagem psicológica


Vivemos um tempo em que a terapia deixou de ocupar o lugar da “loucura” para assumir seu verdadeiro papel. E qual seria esse papel? Auxiliar o indivíduo em seu processo de autoconhecimento e autodomínio.

As vivências humanas de hoje sofrem muito com o desgaste emocional. Reflexo disso é o aumento da procura por atendimento psicológico. Não só a adesão ao tratamento psicológico tem aumentado, quanto a necessidade real desse auxílio, devido ao aumento de patologias psíquicas desencadeadas.

A terapia é verdadeiramente eficaz?
Com toda certeza é possível dar uma resposta positiva a essa pergunta. As abordagens psicológicas têm contribuído em diversos aspectos para o bem-estar do ser humano.
No entanto, o que é interessante saber, nesse caso, é o que a torna eficaz. Muitas pessoas abandonam o tratamento psicológico por desacreditar na eficácia da terapia. Questiono, então, por que aquilo que era bom passou a ser ruim? O psicólogo? O tempo? A pessoa que está no processo terapêutico? São muitas as possibilidades, e irei apontar algumas delas:

Abordagens psicológicas
Muita gente não sabe, mas existem diversas abordagens psicológicas como Terapia Cognitivo Comportamental, Psicanálise, Humanista Existencial, Sistêmica dentre outras. Com isso, é preciso compreender que cada pessoa se identifica com uma abordagem específica.

Pode ser que o problema da eficácia não esteja no psicólogo ou na pessoa que faz terapia, mas na abordagem. É interessante respeitar o fato de que para cada abordagem existe um público específico. Umas trabalham de forma direta, focada; outras, mais indiretas, sendo assim menos invasivas. Vai sempre depender da necessidade da pessoa e do que ela vive no momento.

Um exemplo: para um anoréxico em grau avançado, é mais indicado buscar uma abordagem mais direta, pois existe um grave risco de morte, e não há tempo hábil para tratar determinados aspectos. Por isso, diante de uma insatisfação com o processo terapêutico, seria indicado iniciar o tratamento com uma nova abordagem, diferente da anterior, e não abandonar a terapia. Tudo bem que todo mundo quer acertar de primeira, mas, infelizmente, pode ser que isso não aconteça. E aí, vai abandonar? É melhor gastar um pouco mais de tempo em um recomeçar do que ficar paralisado em um sofrimento psíquico.

O vínculo é algo que pode ser positivo inicialmente, mas também pode prejudicar a eficácia do tratamento. Existem casos em que a relação psicólogo e cliente deixa de ser terapêutica e se torna mais familiar. A aproximação, o permitir viver bem próximo um da vida do outro, iniciando um vínculo de amizade, prejudica a eficácia do tratamento terapêutico. Existe uma “distância” saudável, que precisa ser respeitada, para um bom tratamento.

Comprometimento! Essa é uma das chaves para que esse processo seja eficaz. Se você não acredita no psicólogo, não acredita que a terapia funciona, não vai com a “cara” do seu psicólogo ou até mesmo faz terapia, porque alguém impôs e não por achar que precisa, sua terapia não terá evolução nenhuma. O trabalho terapêutico depende muito do reconhecimento e do desejo de tratamento. É um comprometimento mútuo, um trabalho conjunto.

Terapia não é algo para um público específico, pois todos nós, em algum momento da vida, apresentamos questionamentos, sofrimentos e angústias que passam a dominar e reger nossa vida.

Nesse momento, acreditar na eficácia da terapia e decidir investir na própria vida, em um processo terapêutico, seria a escolha mais acertada.