Um fim de tarde com vista para o pôr-do-sol, a brisa do mar, uma boa música, um bom livro, passear na natureza, um amigo… Tudo de bom! Ou melhor, são exemplos de coisas que gosto e que me fazem bem. Um dia desses, peguei um pedacinho de papel amassado e escrevi nele algumas coisas que me fazem bem; depois fui riscando uma após outra, até deixar no papel o que considero mais precioso. Imagina o que ficou? Amigos. Isso mesmo, porque, na amizade, está Deus, família e tudo mais. O amor puro e verdadeiro passa pela amizade.
A vida sem amigos seria muito dura, não acha? O amigo traz brilho e cor para o que precisamos enfrentar; faz-nos rir e, às vezes, chorar; diz o que gostaríamos de ouvir e também o que não gostaríamos, mas está sempre ao nosso lado, e isso é que o torna tão importante. É alguém que nos acolhe como somos e estamos sem exigir explicação. Diante de um amigo, somos quem somos sem medos, sem segredos nem mistérios, somos livres e, portanto, felizes.
Falar de amizade é desafiante, sentimento nobre e raro; no entanto, comum e acessível a todos. Deus, ao criar o homem, imprimiu em sua essência a capacidade para amar e o desejo de ser amado. A amizade, a meu ver, é resultado disso.
Você consegue lidar com todos os tipos de amizade que tem?
Existem, no entanto, vários tipos de amigos, e é preciso arte e sabedoria para saber cultivar cada um. Aliás, de certo modo, gosto de comparar pessoas com plantas e flores. Cada uma tem sua própria beleza e riquezas, mas isso exige cuidados exclusivos.
Há aquelas que, quanto mais água recebem, mais crescem e florescem; outras, no entanto, se aguarmos demais, acabamos afogando-as. Diga-se de passagem, já afoguei uma plantinha linda que tinha em minha sala de tanta água que pus nela. Perdi aquela plantinha que brotava lindas flores amarelas, mas ganhei uma grande lição! Nem todas as plantas precisam de muita água, cada uma merece um tipo de tratamento. Com as pessoas acontece a mesma coisa.
Estou revendo que tipo de amizade tem sido a minha. Talvez eu esteja “afogando algumas plantinhas e deixando outras morrendo de sede”. Estou aprendendo a arte de ser amiga, isso é maravilhoso, mas também exigente!
Uma coisa eu sei: amizade pura e desinteressada como deve ser não ocupa demais uma vida, não sufoca ninguém, não tira a liberdade de ser quem é. Acredito que a amizade agrada a Deus quando é assim: amigos capazes de dar a vida um pelo outro se for preciso, mas também capazes de deixar o outro livre para o verdadeiro amor sem exigir confiança absoluta, mas aceitando a que existe!
Amizade, diz Padre Zezinho: “Mais do que plantio é cultivo”. Que o Senhor no ensine a cultivar, no jardim do coração, as preciosas espécies de amigos que Ele nos deu, sem afogar, nem deixar morrer de sede nenhum deles.
Dijanira Silva
Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa “Florescer”, que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora do livro “Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar” pela Editora Canção Nova.
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