A TPM pode afetar toda a vida da mulher e lhe causar problemas graves nos relacionamentos
Quem nunca sofreu com a famosa TPM (Tensão Pré-Menstrual)? Ela afeta tanto quem a sente na pele quanto quem convive com alguém que parece ter se tornado uma “bomba relógio” naquela semana antes da menstruação. Muitos dizem que isso é mito, uma brilhante invenção das mulheres para ter desculpas ao se descontrolarem a cada mês. No entanto, quem, realmente, convive com alguém com TPM sabe que ela pode afetar toda a vida da mulher e lhe causar problemas graves nos relacionamentos.
TPM existe
Em sua forma grave, a TPM é catalogada como doença (transtorno disfórico pré-menstrual). Pode ser classificada em três grupos, de acordo com os sintomas principais: edema (enxaqueca, inchaço, dor nas mamas e nas pernas), ansiedade (estresse, nervosismo e insônia) e depressão (choro fácil, desânimo e insegurança). Algumas pacientes podem ter todos esses sintomas (como diríamos em Minas: “ô, dó!”). Em suas manifestações mais severas, é necessário um tratamento com diuréticos, ansiolíticos ou antidepressivos, de acordo com os sintomas que mais as incomodam.
É preciso também defender os homens. Existem muitas mulheres que se rendem a esses sentimentose acabam piorando os sintomas em vez de os combater. Realmente, existe a mudança hormonal, e as emoções ficam mais difíceis de ser controladas, mas é preciso esforço e planejamento para tornar esse momento menos traumatizante para os que estão ao redor. Eu usei a palavra “planejamento”, porque essa é a melhor forma de melhorar a TPM. Mesmo sendo um período tenso, você sabe quando ela virá (a maioria das mulheres, pelo menos, sabe). Então, boa parte do tratamento está em se preparar para essa semana. Não é um momento de grandes conversas, reuniões tensas ou decisões importantes (se possível, tente adiá-las um pouco).
O que melhora a TPM?
De acordo com alguns estudos científicos, exercícios físicos e alimentação saudável são práticas eficazes para a melhora da TPM. Acompanhe seu ciclo menstrual com atenção, saiba em qual período do mês ele se encontra e interprete seus sentimentos baseada nisso. Vamos ver um exemplo: o marido diz para a esposa: “Amor, você poderia voltar a fazer academia”. Se ela estiver no início do ciclo menstrual, ela entenderá essa sugestão como: “Meu marido está pensando na minha saúde. Ele me ama e quer que eu tenha um tempo para me cuidar”. Mas se você estiver na TPM, ouvirá algo como: “Ele me acha gorda! Ele não me ama mais, não se sente mais atraído por mim!”, e poderá continuar naquele drama.
Calma, estou na TPM
Se você for organizada e souber que está nesse período, antes de chorar e brigar com o marido, diga a si mesma: “Calma, estou na TPM. Não deve ser isso que ele quis dizer. Outro dia nós conversamos”. Da mesma forma, oriente seus familiares sobre o fato, para que eles evitem conflitos, conversas difíceis e sejam mais compreensivos nesse período do mês.
Lidar com uma mulher é uma tarefa difícil. Somos uma montanha-russa de hormônios a cada ciclo menstrual (claro, se a pessoa não usa anticoncepcional). Nossos sentimentos, nosso corpo, nosso humor, tudo muda a cada fase. E foi Deus quem nos fez assim! Sei que isso enlouquece os homens, mas acredito que também seja isso que os encante. Somos interessantes, difíceis de ser interpretadas, às vezes, até imprevisíveis. Em um dia, estamos carentes e grudentas; no outro, não queremos nem um toque. Já os homens são mais simples, mais constantes, quase sem variações hormonais ao longo da vida.
O que falta em um será o completo no outro
O bonito dessa história e dessa luta, para conseguirmos viver bem com as diferenças, é entender que somos complementares: o que falta em um será o completo no outro. E assim vamos nos conhecendo, aprendendo a minimizar as dificuldades e a valorizar o lado bom de cada um.
Homens, eu sei que somos difíceis, mas somos um presente de Deus para vocês. Sem direito de devolução!
Roberta Castro é Ginecologista e especialista em terapia familiar. Coordenadora do Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica no Estado do Espírito Santo. Escritora pela editora Canção Nova
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