A Cáritas Europa, em conjunto com as congéneres de França e Itália, lançou um alerta para a situação dos migrantes e refugiados na região italiana de Ventimiglia, considerando que está em causa ali a “dignidade humana”.
Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o organismo católico realça o drama dos migrantes sudaneses, eritreus e etíopes atualmente “encurralados em Ventimiglia” devido à intransigência das autoridades de fronteira.
Homens, mulheres e crianças que “chegam vindos da Sicília na esperança de continuarem a sua viagem a caminho de França e do norte da Europa” mas que veem a sua passagem “bloqueada”.
“Barrados à entrada, sem acesso a qualquer tipo de serviços ou lugar em centros de acolhimento, famílias inteiras, mulheres grávidas, crianças e bebés são forçados a dormir ao relento”, descreve a Cáritas.
Para minimizar o “sofrimento” destes migrantes e refugiados, a Cáritas de Ventimiglia-San Remo, com o apoio da delegação em Nice da Cáritas França, da Cáritas Mónaco e de outras organizações cristãs e islâmicas, tem estado a distribuir comida, roupa e kits de higiene pessoal.
Cerca de cinco mil pessoas, “exaustas”, têm encontrado também abrigo na igreja de Santo António, onde podem tomar banho na cave do templo.
No entanto, consciente de que tudo isto é insuficiente para corresponder às necessidades, a Cáritas conseguiu chegar a acordo para a reabertura do centro de acolhimento para os migrantes e refugiados, junto à fronteira.
A estrutura deverá abrir portas dentro de dias, dando assim melhores condições àqueles que chegam em busca de uma vida melhor.
Para a Cáritas Europa, é essencial que algo seja feito para que as pessoas não tenham de ficar indefinidamente presas junto à fronteira e possam prosseguir viagem.
Para isso, o organismo católico pede a intervenção “da União Europeia e em particular dos governos de França e de Itália”, no sentido de assegurar “o respeito pela dignidade humana e pelos direitos fundamentais” dos migrantes e refugiados.
A Cáritas considera fundamental que se “protejam as pessoas em vez das fronteiras, em especial as mulheres e crianças”.
Destaca ainda a necessidade de criar “rotas mais seguras e legais de entrada na Europa”.
Fonte: Agência Ecclesia
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