Bispo presidiu à reabertura ao culto da Basílica de Nossa Senhora do Rosário

O bispo de Leiria-Fátima presidiu hoje à Eucaristia de reabertura ao culto da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, na Cova da Iria, onde deixou um alerta para as consequências da perda de “dimensão transcendente” na Europa.

Na homilia da celebração, perante centenas de pessoas, D. António Marto falou da necessidade de “despertar no mundo distraído e indiferente uma abertura do coração ao Deus misericordioso, à dimensão transcendente da vida”.

“Sem ela, a Europa e a nossa sociedade portuguesa correm o risco de perder o espírito humanista e fraterno, como estamos a verificar em relação à atitude face ao drama dos refugiados”, advertiu o vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

A celebração, durante a qual foi dedicado o novo altar, decorreu no Dia do Consagrado, contando com a participação de membros das várias congregações religiosas presentes em Fátima, que renovaram os seus votos.

D. António Marto convidou os presentes a “colaborar” com a misericórdia de Deus “na reparação do pecado do mundo”.

“A dedicação do altar também nos interpela a participar nesta oferta com aquele mesmo pedido que Nossa Senhora aqui fez aos Pastorinhos: ‘Quereis oferecer-vos a Deus?’”, declarou.

Segundo o bispo de Leiria-Fátima, “Deus procura colaboradores em favor dos outros para a transformação do mundo e pede uma resposta também hoje e aqui”, a fim de “vencer o ódio e a violência”.

O prelado falou do “feliz entrosamento” entre o ano da Vida Consagrada, que hoje se conclui, e o Jubileu da Misericórdia, que veio “fazer sobressair a Vida consagrada como um dom precioso para a Igreja e para o mundo”.

Nesse contexto, apresentou o trabalho de consagrados e consagradas como “escola privilegiada da ternura e da misericórdia de Deus” para um mundo “tão ferido, dilacerado, dividido, violento, à busca da fraternidade para se poder viver juntos”.

A basílica reabriu ao culto depois de cerca de ano e meio de obras de conservação, limpeza e reabilitação que visaram, para além da promoção da conservação do património edificado e artístico (móvel e integrado), “proceder a ajustes funcionais que decorrem da necessidade de uma utilização particularmente intensa ao longo do tempo e ainda valorizar o espaço que acolhe as relíquias dos videntes de Fátima”, disse à sala de imprensa a coordenadora geral da obra, arquiteta Joana Delgado.

De entre as obras, destaque para a reformulação do presbitério e para a criação de um itinerário devocional que permite aos peregrinos a veneração e oração junto dos túmulos dos Pastorinhos.

A sagração da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima data de 7 de outubro de 1953, e o projeto foi concebido pelo arquiteto holandês Gerard Van Kriechen e continuado pelo arquiteto João Antunes.

A primeira basílica do Santuário mariano da Cova da Iria recebeu este título do Papa Pio XII, no breve “Luce Superna”, de 11 de novembro de 1954.

Com 70,5 metros de comprimento e 37 de largura a basílica foi construído “inteiramente” com “pedra da região e os altares são de mármore” de Estremoz, de Pero Pinheiro e de Fátima, assinala o Santuário de Fátima.

Fonte: Agência Ecclesia