O bispo do Porto convidou os sem-abrigo da cidade para uma caminhada entre São Bento e a Sé, este domingo, numa peregrinação à Porta da Misericórdia da catedral, pedindo “respostas estruturais” para tirar as pessoas da rua.
Numa mensagem enviada à Agência ECCLESIA, D. António Francisco afirma que a celebração do Jubileu das Pessoas Sem-abrigo, no dia 13 de novembro, acontece “em comunhão” com o Papa Francisco, que nesse dia se encontra com marginalizados de todo o mundo.
Entre os dias 11 e 13, decorre em Roma o Jubileu das Pessoas Socialmente Marginalizadas.
“Em comunhão com o Santo Padre e toda a Igreja viveremos no dia 13 de novembro a Celebração do Jubileu das Pessoas sem-abrigo. Desejamos fazer chegar o abraço imenso da Misericórdia de Deus aos nossos irmãos que vivem esta situação de particular fragilidade”, refere D. António Francisco no documento.
Para o bispo do Porto, a situação de “graves carências de índole económica e social” que Portugal atravessa motiva à realização deste Jubileu como uma oportunidade para acordar as “consciências adormecidas” perante as dificuldades das pessoas marginalizadas.
“Esta ocasião, renova o nosso ensejo de dirigir um apelo à sociedade civil, às autarquias e ao próprio Estado para se debruçarem com empenho decidido, de forma a encontrarem respostas estruturais que configurem soluções definitivas para tirar da rua as pessoas sem-abrigo”, sublinha D. António Francisco.
“Não podemos, porém, dar-nos por vencidos enquanto, nas nossas comunidades ditas civilizadas, são recusados a tantas pessoas direitos humanos reconhecidamente fundamentais”, acrescenta o bispo do Porto.
Para D. António Francisco, “os descartados desta economia não são, de modo algum, “descartados” de Deus”.
O convite para a peregrinação e passagem da Porta da Misericórdia da Sé do Porto é dirigido por D. António Francisco aos sem-abrigo da cidade e aos voluntários “cujo empenho dedicado se vem desdobrando em formas concretas e criativas de servir os que têm fome ou sede, os que precisam de casa, de roupa, de cuidados de saúde ou de higiene, necessidades mais básicas da vida humana”
A caminhada em direção à catedral inicia com uma concentração às 17h30, no início da rua do Corpo da Guarda, em frente à Estação de S. Bento.
A Diocese do Porto convida também “todos os que não querem ficar indiferentes perante a sorte dos seus irmãos sem abrigo a assinarem a petição pela Dignidade Humana das Pessoas Sem Abrigo recentemente lançada pela Comunidade Vida e Paz, de forma a poder ser dada continuidade a uma Estratégia Nacional para as pessoas sem abrigo.
Fonte: Agência Ecclesia
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