Igreja portuguesa termina Ano Missionário Extraordinário em Fátima, no próximo dia 20 de outubro
O Santuário de Fátima vai acolher ao longo do mês de outubro, a exposição “Pelos Caminhos do Mundo-Exposição Missionária, no âmbito das comemorações do Ano Missionário Extraordinário convocado pela Conferência Episcopal Portuguesa, na sequência do desafio lançado pelo Papa Francisco para que se fizesse em outubro um mês missionário extraordinário para assinalar o centenário da Carta Apostólica Maximum Illud, de Bento XV.
O Cardeal D. António Marto, bispo da diocese de Leiria-Fátima, e Vice-Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, considera que “não há missão sem mística, mística essa que nos é representada de uma maneira muito simples, através do amor que leva cada membro da Igreja a atuar, porque sem amor nada seria, nem os Apóstolos teriam ido anunciar o Evangelho”.
“É a mística deste amor que tudo fomenta, não é o missionário que leva o Evangelho mas sim o Evangelho que leva o missionário a anunciar essa alegria, onde não há paixão não há missão”, esclareceu o prelado, lembrando que essa missão dá origem a testemunho “vivo de vidas que falam e se entregam, e tudo isto está aqui representado”.
O reitor do Santuário de Fátima, o Pe. Carlos Cabecinhas, explicou que acolher esta exposição missionária, é uma das iniciativas pelas quais o Santuário se associa ao Ano Missionário.
“O Santuário de Fátima tem uma missão evangelizadora, e por isso missionária, porque há muitos peregrinos cujo único contacto com a fé é neste local. A mensagem de Fátima tem também uma grande dimensão missionária, uma vez que o evangelho é caminho de conversão e encontro com Cristo, meta de toda a atividade missionária”, disse o Pe. Carlos Cabecinhas.
O Santuário de Fátima cedeu uma peça, Cristo Crucificado, do seu espólio, para integrar este espaço. A exposição itinerante, que já esteve noutros espaços, vai estar patente aos peregrinos de Fátima, entre as 9h00 e as 19h00, no nártex da Basílica da Santíssima Trindade.
O Pe. Adelino Ascenso, presidente dos Institutos Missionários Ad Gentes, considera esta exposição “avivadora de um dinamismo na Igreja Católica”, uma vez que demonstra “abertura à diversidade de religiões e movimentos da Igreja em si”.
A exposição, organizada pelos Institutos Missionários Ad Gentes, é composta por três núcleos. O primeiro é composto por um conjunto de 12 roll-ups que “apontam para o Deus, que faz caminho com as pessoas”; o segundo núcleo integra 34 objetos que nos abrem ao encontro de culturas e religiões e, o terceiro núcleo, que é uma espécie de jogo (jogo da glória) convida à aventura de correr os caminhos do mundo e da missão.
Como o nome indica pretende ser uma exposição que promova a “comunhão, colaboração e envolvimento” das diversas forças vivas da Igreja, desafiando “a uma abertura ao diálogo de culturas e religiões”.
Quando foi convocado este ano especial, a Conferência Episcopal Portuguesa pediu a toda a Igreja – bispos, padres, diáconos, consagrados e consagradas, adultos, jovens, adolescentes, crianças – que fizesse “a experiência da missão”.
“Sair. Irmos até uma outra paróquia, uma outra diocese, um outro país em missão, para sentirmos que somos chamados por vocação a sermos universais”, referiu o Pe. Adelino Ascenso na abertura da exposição.
“Acolhendo com alegria a proposta do Papa Francisco de um Mês Missionário Extraordinário para toda a Igreja, nós, Bispos portugueses, propomo-nos ir mais longe e celebraremos esse mês como etapa final de um Ano Missionário em todas as nossas Dioceses, de outubro de 2018 a outubro de 2019”, assinala a nota da Conferência Episcopal Portuguesa.
Os responsáveis católicos de Portugal esperam que esta iniciativa promova “um maior vigor missionário em todas as dioceses, paróquias, comunidades e grupos eclesiais, desde os adultos aos jovens e crianças”.
A nota pastoral defende a necessidade de passar de uma “pastoral de mera conservação” para “uma pastoral decididamente missionária”.
“Trata-se de colocar a missão de Jesus no coração da própria Igreja, transformando-a em critério para medir a eficácia das estruturas, os resultados do trabalho, a fecundidade dos seus ministros e a alegria que são capazes de suscitar, porque sem alegria não se atrai ninguém”, precisa o texto.
A CEP sublinha que as mudanças em curso na sociedade exigem uma “renovação missionária”, reforçando o apelo à criação de Centros Missionários Diocesanos e Grupos Missionários Paroquiais.
“Que a missão universal ganhe corpo em todos os âmbitos da pastoral e da vida cristã, que nos animem a ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho”, apelam os bispos portugueses.
O encerramento deste Ano Missionário Extraordinário da Igreja portuguesa realizar-se-á em Fátima, com a celebração de uma Eucaristia no dia 20 de outubro, às 11h00, presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
Fonte: Santuário de Fátima
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