Estava a decorrer a missa na Catedral do Sagrado Coração de Jesus, na Arquidiocese de Makassar, na manhã deste Domingo de Ramos, 28 de Março, quando dois bombistas suicida que se faziam transportar numa motocicleta tentaram entrar no portão principal que dá acesso ao edifício.
A actuação imediata dos seguranças da paróquia evitou que eles se aproximassem mais da Catedral e impediu que a explosão da bomba que traziam consigo ocorresse no interior do templo.
A bomba deflagrou junto à porta da Catedral situada no sul da ilha das Celebes. Ambos os terroristas morreram de imediato, havendo ainda a registar pelo menos 14 feridos entre os funcionários da Igreja que se encontravam no local.
O balanço é, no entanto, ainda provisório pois várias pessoas estavam na rua na altura em que se deu a explosão. O atentado foi classificado de imediato como “cruel” por Gomar Gultom, chefe do Conselho de Igrejas da Indonésia.
Também o Papa Francisco falou do ataque bombista antes da recitação do Ângelus com que encerrou a celebração do Domingo de Ramos na Basílica de São Pedro, pedindo as orações “por todas as vítimas da violência, em particular pelas do atentado que aconteceu esta manhã na Indonésia, diante da Catedral de Makassar”.
Nos últimos anos, tem havido um aumento de violência contra a comunidade cristã na Indonésia, que é o maior país muçulmano do mundo. Em Maio de 2018, seis pessoas da mesma família fizeram-se explodir contra três igrejas em Surabaya, a segunda maior cidade indonésia, matando pelo menos uma dezena de fiéis. Esses atentados seriam reivindicados pelo movimento radical Jamaah Ansharut Daulah, que está ligado ao grupo jihadista ‘Estado Islâmico’.
No Relatório de 2018 sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, a Fundação AIS sinalizava a presença do Estado Islâmico no Sudoeste Asiático, “depois da derrota militar no Iraque e na Síria”. Segundo o documento, os jihadistas estão a “transferir-se” para esta região do globo, “com a Indonésia entre as suas principais áreas de operação”. O Relatório da Ajuda à Igreja que Sofre indicava já um potencial agravamento da ameaça contra os cristãos. “Se isto continuar – pode ler-se no texto sobre a Indonésia –, as minorias religiosas do país apenas podem enfrentar perigos crescentes.”
Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal
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