A mulher, quando se torna mãe, descobre-se uma pessoa com um amor infinito e grandes gestos de doação
Quando a mulher recebe um filho das mãos de Deus, adquire habilidades e forças inimagináveis. O próprio ditado popular diz: “Quando nasce um filho, nasce também uma mãe”. A mulher que está prestes a dar à luz pode fazer inúmeros cursos para saber como lidar com seu bebé, porém, a graça vem com o nascimento da criança. Ou ainda quando uma doença visita um filho, e aquela mulher sensível se torna a mais inabalável de todas as “rochas” e a mais invencível que qualquer “leoa” a proteger seu filhote.
Há, então, uma transformação, e aquele bebé tão frágil chega e é capaz de revirar a vida daquela mulher. De agora em diante, ela não vive para si. Suas prioridades são voltadas para outra pessoa. Direito de descansar? Quem disse que existe? Tempo para se cuidar? Que sonho! Mas não tem problema! Tantas renúncias passam a valer a pena para que esse filho possa ser feliz e a criança mais bem cuidada do mundo.
Caminho de doação
Apesar de dar tudo de si e, muitas vezes, sentir-se esgotada nesse caminho de doação, é preciso reconhecer que os filhos são verdadeiras escolas da vida. Ser formada na experiência de “deixar de lado” o egoísmo é uma das mais ricas experiências. Esse é um treinamento de doação constante, pois o amor não gera atos mesquinhos.
Esses “mestres” da vida, que são os filhos, arrancam-nos de nós mesmas e nos fazem ser mais sensíveis com o sentimento do outro. Essa é uma graça da maternidade: a de não ser indiferente. O sofrimento do outro passa a ser nosso também. Com isso, entendemos também que a intolerância é um veneno que nos distancia da misericórdia e das pessoas. Toda mãe é levada a lidar com as maiores misérias do filho, mas, mesmo dando os “puxões de orelha”, deixa claro que aquele colo sempre será seu refúgio. A arte de acolher sem reservas torna-se algo natural, apesar dos erros.
“A mulher tem uma sensibilidade particular pelas coisas de Deus, sobretudo para nos ajudar a compreender a misericórdia, a ternura e o amor que Deus tem por nós”, disse Papa Francisco.
A beleza da maternidade
É impossível a mulher ser a mesma depois que acolhe um filho nos braços. Assim como é impossível tocarmos num milagre e ficarmos indiferentes com a presença de Deus.
A maternidade é a oportunidade que o Senhor nos dá para sermos melhores. O Senhor nos lapida, assim como aquele ferro que passa pelo fogo até atingir a forma desejada. Nós acordamos e dormimos sendo lapidadas. Cabe a nós a correspondência ao dom, com bravas atitudes no dia a dia. São Paulo já dizia: “A mulher será salva pela maternidade, contanto que permaneça com modéstia na fé, na caridade e santidade” (I Tm 2,15).
Nossos filhos não nos dão sossego, seja durante a madrugada, na semana de provas, na discussão com os irmãos ou naquela hora que precisam de carinho e atenção. Nessas horas, não conseguimos olhar para o nosso cansaço ou para as nossas necessidades. Muitas vezes, dá-nos a sensação de que não vamos aguentar. Mas ali entendemos que aguentamos mais um pouquinho. É a força que se refere à graça, é uma força incomum ao ser humano. É a força dada pelo céu.
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