O Papa Francisco enviou uma mensagem ao Encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora, a decorrer em Fátima. Na semana em que o Núncio na Nicarágua fez, em nome do Papa, um apelo à paz, Francisco desafiou os cristãos a serem missionários, celebrou, de surpresa, o Matrimónio de um membro da Guarda Suíça com uma jovem do Museu do Vaticano e recordou o cardeal Tauran.
1. O Papa Francisco escreveu uma mensagem aos participantes do Encontro Internacional das Equipas de Nossa Senhora, que decorre de 16 a 21 de julho, em Fátima, e sublinhou a importância da misericórdia na vida dos casais. “Aqueles braços abertos na Cruz provam que ninguém é excluído do amor do pai e da sua misericórdia. Marido, esposa, pais e filhos, bem sabem que aos olhos de Jesus não há pessoas definitivamente perdidas, mas apenas pessoas que devem ser reencontradas, e Ele impele-nos a sair à procura delas. Porque se queremos encontrar o Senhor, temos de O procurar não onde nós pretendemos encontrá-l’O, mas onde Ele nos quer encontrar, e o Pastor só pode ser encontrado onde está a ovelha perdida”, escreveu o Papa, dirigindo-se aos mais de oito mil participantes, de dezenas de países diferentes, que se encontram em Fátima.
No texto, que foi lido na segunda-feira, dia 16, durante a cerimónia de abertura do encontro, pelo Núncio Apostólico em Portugal, D. Rino Passigato, o Papa fala da necessidade de conversão e de arrependimento, e recorda aos casais presentes que “a Igreja condena o pecado, porque deve dizer a verdade, mas ao mesmo tempo agraça o pecador que se reconhece como tal, aproxima-se dele, fala-lhe da misericórdia infinita de Deus”.
O tema deste encontro é sobre o ‘Filho Pródigo’, uma parábola que encerra “alegria e esperança”, segundo o Papa. “Nela, não se fala apenas de acolhimento e de perdão, mas também da festa pelo filho que regressa. O Santo Padre convida todos e cada um a rever-se naquele filho extraviado que voltou e a quem o pai não se cansa de abraçar e repor na sua grandeza de filho”, lembrou.
2. O Núncio Apostólico na Nicarágua, em nome do Papa Francisco, fez um apelo para acabar com a violência que abala o país desde 18 de abril, e que causou mais de 360 mortos. “Neste momento trágico desejo expressar também em nome do Santo Padre e da Santa Sé a profunda preocupação pela grave situação que se está a viver no país. Logicamente, não é aceitável pensar que os mortos e as vítimas da violência possam resolver uma crise política e garantir um futuro de paz e prosperidade para a Nicarágua. Chorando por todos os mortos e rezando pelas suas famílias, com todas as minhas forças humanas e espirituais, faço um apelo às consciências de todos para se chegar a uma trégua que permita um rápido retorno à mesa do diálogo nacional para buscar juntos uma solução adequada e resolver assim a crise. Todos nós humildemente nos colocamos sob a proteção da Santíssima Virgem Maria, pedindo a sua ajuda para que guie sempre a nossa amada Nicarágua”, referiu D. Waldemar Stanislaw Sommertag.
3. O Papa Francisco considera que “todos os batizados” devem anunciar a mensagem cristã, onde quer que se encontrem, como pessoas simples e não como “divas em turnê”, evitando vaidades e riquezas. “O cajado e as sandálias são o equipamento dos peregrinos, porque assim são os mensageiros do Reino de Deus: não patrões omnipotentes, não funcionários inamovíveis, não divas em turnê”, defendeu o Papa, no passado Domingo, 15 de julho, após a oração do Angelus.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, Francisco apresentou o “estilo do missionário”, sublinhando que a missão tem um “centro” e um “rosto”. “O discípulo missionário tem, acima de tudo, um centro de referência, que é a pessoa de Jesus. Nenhum cristão anuncia o Evangelho por si próprio, mas apenas como enviado da Igreja que recebeu um mandato do próprio Cristo”, lembrou, sublinhando a necessidade de assumir a “experiência de falhanço” como parte integrante da “pobreza” que deve caracterizar a vida missionária. “Que a Virgem Maria, primeira discípula e missionária da Palavra de Deus, nos ajude a levar ao mundo a mensagem do Evangelho numa exultação humilde e radiante, para lá de qualquer recusa, incompreensão ou tribulação”, concluiu.
4. O Papa surpreendeu no Vaticano, ao celebrar de forma inesperada o Matrimónio de um casal de noivos, um membro da Guarda Suíça e uma jovem brasileira, que trabalha no Museu do Vaticano. Segundo o site Vatican News, o episódio aconteceu no último sábado, dia 14 de julho, com “Francisco a aparecer de forma não anunciada para abençoar esta união”. O padre Renato dos Santos, um dos sacerdotes que estava presente na cerimónia que teve lugar numa igreja nos arredores da Cidade do Vaticano, salienta que “nenhum dos noivos ou dos convidados contava com esta surpresa”. Ao entrar na sacristia, para preparar a celebração, o padre brasileiro deparou-se “com um Papa sorridente, sentado à sua espera”. “Francisco tomou conta das coisas e seguiu à frente”, realça o sacerdote, que “nunca na vida imaginou que iria encontrar Francisco na sacristia”. “Ele veio como um verdadeiro pároco que toma conta das suas ovelhas na comunidade. Algo que sempre tem caraterizado o seu ministério”, acrescentou.
Sobre a homilia do Papa, o padre Renato dos Santos lembrou que “Francisco tem um amor imenso por este sacramento, que ajuda a começar a família e que quer colocar Deus no centro”.
5. “Era um conselheiro ouvido e apreciado, nomeadamente graças às relações de confiança e estima que construiu com o mundo muçulmano”. É desta forma que o Papa recordou o cardeal D. Jean-Louis Tauran, falecido no passado dia 5 de julho, aos 75 anos. Num telegrama de condolências enviado à irmã do cardeal francês, Francisco referiu que D. Jean-Louis Tauran “marcou profundamente a vida da Igreja universal”, e elogiou o “sentido de serviço” e “amor pela Igreja” do falecido cardeal, confessando-se “emocionado” pela forma como este soube “servir corajosamente a Igreja de Cristo até o fim, apesar do peso da doença”.
As exéquias foram celebradas na Basílica de São Pedro, no passado dia 12, presididas pelo cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio Cardinalício. No final da celebração, o Papa Francisco presidiu ao rito da última encomendação.
Recorde-se que o cardeal Tauran, camerlengo da Santa Igreja Romana, anunciou ao mundo o nome do Papa Francisco, após o consistório de março de 2013, na varanda da Basílica de São Pedro.
Fonte: Voz da Verdade
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