A amnistia fica de fora das soluções apresentadas este sábado no XII Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária, em Fátima.
A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, afirmou que “não está em cima da mesa nenhuma questão de amnistia, apenas uma fase de análise do sistema”.
“Temos de encontrar respostas eficazes para os problemas que temos, temos pessoas que continuam a praticar atos e não têm noção da sua censura social e o Estado tem de encontrar respostas efetivas que resolvam estes problemas e a amnistia não será a resposta que se aplique a estes problemas”, disse hoje em declarações aos jornalistas.
Também Celso Manata, diretor-geral da Reinserção e Serviços Prisionais, esteve presente no encontro e recordou que houve já exemplos no passado em que a amnistia “não resolveu os problemas”.
“Depois de uma amnistia há sempre um crescimento da população prisional por isso temos de ir às origens dos problemas”, referiu.
O diretor-geral da Reinserção e Serviços Prisionais sublinhou ainda o papel de sacerdotes, religiosas e voluntários na assistência religiosa que “ultrapassa essa realidade e abrange áreas como a cultura ou o desporto; uma imensidão de coisas q são importantes para o ser humano.
Até uma pequena palavra que é dada e neste caso por estes amigos de qualidade”, disse.
Neste sentido D. Joaquim Mendes, que acompanha o setor, enquanto vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, destacou a acção da pastoral penitenciária e de todos quantos se empenham no objectivo da “libertação integral da pessoa humana e que estende às necessidades de cada recluso na situação que se encontra”.
“Confirmo ainda a disponibilidade da Igreja Católica para com a direcção-geral da Reinserção e Serviços Prisionais no processo de reabilitação e inserção positiva dos reclusos na sociedade: sem nos movermos por interesse ou proselitismo”, apontou.
Neste sentido o padre João Gonçalves, coordenador nacional da Pastoral Penitenciária, disse que a “prevenção é algo que se pode fazer sempre, é sempre a tempo.”
“Escrevi para este encontro um texto sobre o tempo: o tempo de Deus não tem relógio, todo o tempo é tempo de Misericórdia; primeiro para nós, os que estamos em nome da Igreja, mas passar também esta mensagem aos reclusos.
O tempo da cadeia não é para desperdiçar, para revolta ou vingança, trata-se de um tempo retemperador para a recuperação e reavaliação interior para um futuro que se espera sempre melhor. Um tempo para que a pessoa se recomponha e volte à sociedade já reposta para não cometer mais crimes”, concluiu.
O 12.º encontro Nacional da Pastoral Penitenciária, no Hotel Santo Amaro, em Fátima, termina com a Eucaristia, na qual se vão ler as conclusões do encontro, a partir das 17h30.
Fonte: Agência Ecclesia
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