Adiamento da JMJ é necessário porque a prioridade é combater a pandemia, afirma D. Manuel Clemente

“Não vamos fazê-la em 22, vamos fazê-la em 23 e o Papa Francisco cá estará connosco”, afirmou o cardeal-patriarca de Lisboa

O cardeal-patriarca de Lisboa disse ontem que o adiamento da Jornada Mundial da Juventude para 2023 era “absolutamente necessário” porque é a organização “começa muito antes” e agora a “grande preocupação” é ultrapassar a pandemia covid-19.

“O bem das pessoas é a primeira razão de tudo aquilo que nós fazemos, também em relação à Jornada Mundial da Juventude”, afirmou D. Manuel Clemente ao comentar a decisão do Vaticano, anunciada hoje, de passar para 2023 a realização do encontro mundial de jovens em Portugal.

O cardeal-patriarca lembrou que “há uma organização que começa antes” e a preparação a vários níveis “estende-se muito antes da jornada propriamente dita”, o que motivou os contactos entre o Patriarcado de Lisboa e o organismo do Vaticano que coordena eventos católicos mundiais como a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), considerando “absolutamente necessário adiar”.

“A semana passada, o cardeal Farrell, que é responsável em Roma por estas organizações, tinha-me telefonado a dizer que, com o Santo Padre e outros responsáveis, tinham chegado à conclusão que era absolutamente necessário adiar”, disse D. Manuel Clemente.

O cardeal-patriarca de Lisboa referiu que “a organização, em termos portugueses, já está completamente no terreno”, pelas dioceses, movimentos, grupos juvenis e nos relacionamentos com outros países, assim como a preparação dos jovens.

“Já há muita coisa que está aí, que continuará e que nos ajudará muito como Pastoral Juvenil nas dioceses portuguesas”, acrescentou

O também presidente da Conferência Episcopal Portuguesa lembrou ainda que, tendo por prioridade o combate à crise sanitária e social por causa da pandemia covid-19, o Estado e as autarquias onde decorre a JMJ “também terão mais tempo” para as estruturas que vão ser criadas.

“Dessa parte, de governantes e autarcas, que olham as jornadas não só como um acontecimento confessional dos católicos, mas como um grande acontecimento para a juventude mundial que é bom para Portugal e para a sociedade portuguesa, também terão mais tempo para fazer tudo aquilo que em termos de estruturas e infraestruturas possa ser feito, que depois ficarão para benefício das populações”, afirmou D. Manuel Clemente.

O cardeal-patriarca de Lisboa lembrou que a realização da JMJ em Lisboa tem um planeamento que já deveria ter começado a concretizar-se com a receção, em Roma, dos símbolos das jornadas mundiais, a Cruz e um Ícone de Nossa Senhora, no dia 5 de abril, e que foi adiada para novembro.

O plano de prepação da JMJ prevê também a peregrinação dos símbolos das jornadas pelas dioceses de Portugal e algumas de países de expressão portuguesa, assim como a apresentação do logotipo e hino, entretanto já escolhidos.

Para o cardeal-patriarca de Lisboa, o “grande serviço” das pessoas e instituições deve orientar-se agora para combate à pandemia, porque “o bem de cada pessoa é o maior serviço da Igreja.

“Não vamos fazê-la em 22, vamos fazê-la em 23 e o Papa Francisco cá estará connosco”, afirmou D. Manuel Clemente.

Fonte: Agência Ecclesia