Aborto: Carta de Madre Teresa

O aborto é criticado por Madre Teresa

Wesley Almeida/cancaonova.com

(…) Eu sinto que o grande destruidor da paz é o aborto, porque ele é uma guerra contra a criança, uma matança direta de crianças inocentes, assassinadas pela própria mãe. E se nós aceitamos que uma mãe pode matar seu próprio filho, como é que nós podemos dizer às outras pessoas para não se matarem? Como é que nós vamos persuadir uma mulher a não fazer o aborto? Como sempre, devemos persuadi-la com amor e nos lembrar que amor significa estar disposto a doar-se até que machuque. Jesus deu Sua vida por amor a nós.

Assim, a mãe que pensa em abortar deve ser ajudada a amar, ou seja, a doar-se até que machuque seus planos, ou seu tempo livre, a fim de respeitar a vida de seu filho. O pai dessa criança, quem quer que ele seja, deve também doar-se até que se machuque. Por meio do aborto, a mãe não aprende a amar, mas mata seu próprio filho para resolver seus problemas. Por meio do aborto, ela diz ao pai que ele não tem que ter nenhuma responsabilidade pela criança que ele trouxe ao mundo. Esse pai, provavelmente, vai colocar outras mulheres na mesma situação. Logo, o aborto apenas traz mais aborto.

Qualquer país que aceite o aborto não está ensinando seu povo a amar, mas a usar de qualquer violência para conseguir o que quer. É por isso que o maior destruidor do amor e da paz é o aborto.

Muitas pessoas são muito, muito preocupadas com as crianças da Índia, com as crianças da África onde muitas delas morrem de fome etc. Muitas pessoas também são preocupadas com toda a violência nos Estados Unidos. Essas preocupações são muito boas, mas, frequentemente, essas mesmas pessoas não estão preocupadas com os milhões que estão sendo mortos pela decisão deliberada de suas próprias mães. E isso é o maior destruidor da paz, hoje, porque coloca as pessoas em tal cegueira. Por causa disso, eu apelo à Índia e a todos os lugares: vamos resgatar as crianças, porque elas são dons de Deus para a família.

Cada criança é criada à imagem e semelhança de Deus para grandes coisas,— para amar e ser amada. Devemos trazer a criança de volta ao centro de nosso cuidado e preocupação. Essa é a única maneira pela qual nosso mundo pode sobreviver, porque nossas crianças são a única esperança do futuro. Quando as pessoas mais velhas são chamadas para Deus, somente seus filhos podem tomar seus lugares.

Deus nos diz: ““Mesmo se a mãe se esquecer de seu filho, Eu jamais te esquecerei. Eu gravei seu nome na palma de minha mão”” (cf. Is 49). Nós estamos gravados na palma da mão de Deus; aquela criança que ainda não nasceu está gravada na mão de Deus desde a concepção e é chamada por Ele a amar e ser amada, não somente nesta vida, mas para sempre. Deus jamais se esquece de nós.

Vou lhe contar uma coisa bonita: estamos lutando contra o aborto pela adoção,— tomando conta da mãe e da adoção de seu bebê. Nós temos salvado milhares de vidas. Nós mandamos a mensagem para as clínicas, para os hospitais e estações policiais: “”Por favor, não destrua a criança, nós ficaremos com ela”.” Nós sempre temos alguém para dizer para as mães em dificuldade: ““Venha, nós tomaremos conta de você, nós conseguiremos um lar para seu filho””. E nós temos uma enorme demanda de casais que não podem ter um filho,— mas eu nunca dou uma criança para um casal que tenha feito algo para não ter um filho. Jesus disse: ““Aquele que recebe uma criança em meu nome, a mim recebe”.” Ao adotar uma criança, esses casais recebem Jesus, mas, ao abortar uma criança, um casal se recusa a receber o Senhor.

Por favor, não mate a criança. Eu quero a criança! Por favor, dê-me a criança! Eu estou disposta a aceitar qualquer criança que estiver para ser abortada e dá-la a um casal que irá amá-la e ser amado por ela.

Só no lar de crianças, em Calcutá, nós salvamos mais de 3 mil crianças do aborto, e elas trouxeram tanto amor e alegria para seus pais adotivos e, hoje, crescem tão cheias de amor e de alegria! Eu sei que os casais têm de planejar sua família, e para isso existe o planejamento familiar natural, não a contracepção.

Ao destruir o poder de dar a vida por meio da contracepção, um marido ou esposa está fazendo algo para si mesmo. Atrai a atenção para si e assim destrói o dom do amor nele ou nela. Ao amar, o marido e a mulher devem voltar a atenção entre si, como acontece no planejamento familiar natural, e não para si mesmo, como acontece na contracepção. Uma vez que o amor vivo é destruído pela contracepção, facilmente segue-se o aborto.

Eu sei também que existem enormes problemas no mundo, sei— que muitos esposos não se amam o suficiente para praticar o planejamento familiar natural. Nós não temos condições de resolver todos os problemas do mundo, mas não vamos trazer o pior problema de todos, que é a destruição do amor. E isso é o que acontece quando dizemos às pessoas para praticarem a contracepção e o aborto.

Os pobres são grandes pessoas, e eles podem nos ensinar tantas coisas belas! Uma vez, uma delas veio nos agradecer por a ensinarmos o planejamento familiar natural. Ela nos disse: ““Vocês, que praticam a castidade, são as melhores pessoas para nos ensinar o planejamento familiar natural, porque não é nada mais que um autocontrole por amor de um ao outro”.” O que essa pobre pessoa disse é a pura verdade! Essas pessoas pobres talvez não tenham algo para comer, talvez não tenham uma casa para morar, mas ainda podem ser ótimas pessoas quando são espiritualmente ricas.

Quando eu tiro uma pessoa da rua, faminta, dou-lhe um prato de arroz, um pedaço de pão. Mas uma pessoa que é excluída, que não se sente desejada, mal amada, aterrorizada, quando foi colocada para fora da sociedade,— essa pobreza espiritual é muito mais difícil de vencer. E o aborto, que com frequência vem da contracepção, faz uma pessoa se tornar pobre espiritualmente, e essa é a pior pobreza e a mais difícil de vencer.

Nós não somos assistentes sociais. Nós podemos fazer trabalho de assistência social aos olhos de algumas pessoas, mas devemos ser contemplativas no coração do mundo. Estamos tocando no Corpo de Cristo e estamos sempre em Sua presença.

Você também deve trazer essa presença do Senhor para sua família, pois a família que reza unida permanece unida.

Existe tanto ódio, tanta miséria, e nós, com nossas orações, com nosso sacrifício, estamos começando em casa. O amor começa em casa, e não se trata do quanto nós fazemos, mas quanto amor colocamos naquilo que fazemos.

Se somos contemplativos, no coração do mundo, com todos os seus problemas, esses problemas jamais podem nos desencorajar. Nós devemos nos lembrar do que Deus fala na Escritura: ““Mesmo se a mãe se esquecer do filho que amamenta,— algo impossível, mesmo se ela o esquecer,— Eu não o esqueceria nunca”.
”
Eu desejo que vocês encontrem os pobres daqui, na sua própria casa primeiro, e comece a amar ali. Seja a Boa Nova para o seu próprio povo primeiro e descubra sobre o seu vizinho ao lado. Você sabe quem são eles?

Deus jamais nos esquecerá e sempre haverá algo que você e eu podemos fazer. Nós podemos manter a alegria do amor de Jesus em nossos corações e partilhá-la com todos aqueles de quem nos aproximarmos.

Vamos insistir para que cada criança não seja indesejada, mal amada, mal cuidada ou morta e jogada fora. Doe-se até que se machuque com um sorriso.

Uma vez, um professor dos Estados Unidos me perguntou: “”Você é casada?””. Eu disse: ““Sim, e algumas vezes eu acho difícil sorrir para meu esposo, Jesus, porque Ele pode ser muito exigente algumas vezes”.” Isso é mesmo algo verdadeiro. E aqui entra o amor — quando exige de nós e podemos dá-lo com alegria.

Se nos lembrarmos que Deus nos ama, e que nós podemos amar aos outros como Ele nos ama, então, a América pode se tornar um sinal de paz para o mundo. Daqui, deve sair para o mundo um sinal de cuidado para com o mais fraco dos fracos, —a futura criança. Se vocês se tornarem uma luz ardente de justiça e paz no mundo, então serão verdadeiramente aquilo pelo qual os fundadores desse país lutaram. Deus vos abençoe!