A realeza de Cristo reflete-se na Igreja à medida que vivo a justiça e a caridade

Este é o último domingo do ano litúrgico. É também chamado domingo de Cristo Rei. A ideia que primitivamente pesou na denominação deste domingo foi de ordem temporal. Da parte da Igreja havia a esperança de que os Estados civis reconhecessem Cristo como Rei.

Os condicionalismos sociais e históricos modificaram-se por completo e foi então possível a celebração da festa de Cristo Rei, no seu verdadeiro contexto litúrgico e teológico. Cristo é efetivamente Rei, mas numa ordem diferente da temporal, como Ele mesmo afirmou.

A Igreja liberta-se de compromissos terrenos, a maior parte das vezes contrários à sua missão específica de evangelizadora e defensora dos fracos.

A realeza de Cristo reflete-se na Igreja, não no seu esplendor e poderio social, mas na vivência da justiça e da caridade.

1ª Leitura: Segundo Livro de Samuel 5, 1-3 — “Ungiram David como rei de Israel”
O rei David, antepassado de Jesus, é uma figura de Cristo, Pastor e Rei. A leitura refere-se à unção de David como rei de Israel. David fez a união de todas as tribos do povo do Antigo Testamento, e recebeu a promessa de que da sua descendência nasceria o Messias, o enviado de Deus. De facto, Jesus, descendente de David, é o verdadeiro Ungido de Deus, como indica o nome de “Cristo”, e é Ele o verdadeiro unificador e pastor, não só das tribos de Israel, mas de todos os homens, por quem Ele deu o Sangue na Cruz, “para trazer à unidade os filhos de Deus que andavam dispersos”.

Salmo 121 (122) — Vamos com alegria para a casa do Senhor.

2ª Leitura: Epístola de São Paulo aos Colossenses 1, 12-20 — “Transferiu-nos para o reino do seu Filho muito amado”
Esta leitura é um verdadeiro hino, possivelmente um cântico da Igreja primitiva, incluído por São Paulo nesta carta, em honra de Jesus Cristo, conforme a fé com que o povo de Deus sempre O soube contemplar: o “Primogénito de toda a criatura” e o “Primogénito de entre os mortos”, “Cabeça da Igreja que é o seu Corpo”, vértice e plenitude de todo o Universo.

Evangelho: São Lucas 23, 35-43 — “Lembra-Te de mim, Senhor, quando vieres com a tua realeza”
A fé na realeza de Jesus é a que nós confessamos quando chamamos a Jesus Cristo, nosso “Senhor”. Esta “Senhoria” ou realeza de Jesus, reconheceu-a o bom ladrão, no meio dos sofrimentos da Cruz, revelou-se claramente na glória da Ressurreição, e esperamo-la nós quando ela se manifestar a todos os homens na última vinda do Senhor, que este Domingo simbolicamente antecipa para alimento da nossa fé e da nossa esperança.

Ver liturgia do domingo passado:
Vive da Esperança?