Em resposta àquilo que Jesus e a Igreja fazem por nós, duas ações devem ser realizadas. Jesus, primeiro, foi a todas as cidades e aldeias da Galileia, e a todos os lugares para pregar a Boa Nova a todas as pessoas. Jesus também disse para os Seus irem a todos para lhes conceder cura e libertação e, se precisassem, também cura espiritual e cura física.
A cura interior profunda é muito importante e necessária para que sejam descobertas e sanadas as fontes mais significativas de todos os males que nos afligem. Muitas vezes, a pessoa não consegue cura espiritual, sem antes passar por uma cura interior; caso contrário, permanece naquilo que chamamos de hábitos compulsivos de pecar. Com frequência, por exemplo, um viciado em drogas não receberá cura, a menos que seja curado interiormente das causas que o levaram ao vício da droga.
Satanás condena; Jesus cura. A cura interior é uma espécie de chave para a cura total da pessoa. Da mesma forma, sem a cura interior, não é possível ser curado de doenças físicas, tampouco experimentar a libertação. Deus quer que sejamos totalmente curados. São Paulo diz, na Carta aos Tessalonicenses, que Deus não nos quer curados parcialmente, mas por completo; não superficialmente, mas em profundidade. Ele nos quer perfeitos em corpo, mente e alma. “Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso” (Mt 11,28). No entanto, vale ressaltar que a cura física é a menos importante.
Já ouviu falar sobre Helen Keller? Ela era cega, surda e muda, mas foi uma das grandes filósofas do século passado. Quando damos muita ênfase à cura física, isso não vem de Deus. Jesus disse: “É melhor entrares na vida tendo só uma das mãos do que, tendo as duas, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga” (Mc 9,43). Você já ouviu isso? Eis o motivo pelo qual Jesus não afirmou: “Vinde a mim você que quer cura física”. Isso não é o mais importante, mas sim a cura espiritual, a experiência de perdoar todos os pecados, como o que acontece no sacramento da confissão, para que possamos experimentar o “poder perdoador” de Deus, o abraço do Pai.
A importância da cura interior se deve também às limitações da medicina e da psiquiatria. Acreditamos que a cura aconteça por meio da medicina e da oração, mas quando nos deparamos com os limites de ambas, então é Deus que vem e ultrapassa esse conhecimento. Todos os dias, encontro pessoas que me relatam a incapacidade dos médicos de fornecer um diagnóstico preciso.
No processo de cura interior, nada pode ser desvalorizado, tudo deve ser levado muito a sério, pois disso depende uma vida de plena liberdade.
Autor: Padre Rufus Pereira
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