O primeiro de Maio, considerado hoje na Europa o dia da «Festa do trabalho», foi, durante muitos anos, nos fins do século XIX e princípios do século XX, um dia de reivindicações e mesmo de lutas violentas pela promoção da classe operária.
A Igreja que se mostrou sempre sensível aos problemas do mundo do trabalho, quis dar uma dimensão cristã a este dia. Nesse sentido, Pio XII, em 1955, colocava a «Festa do trabalho» sob a protecção de S. José, na certeza de que ninguém melhor do que este trabalhador poderia ensinar aos outros trabalhadores a dignidade sublime do trabalho.
Operário durante toda a sua vida, S. José teve como companheiro de trabalho, na oficina de Nazaré, o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo.
E foi, na verdade, Jesus que lhe ensinou que o trabalho nos associa ao Criador, dando-nos a possibilidade de aperfeiçoar a natureza, de acabar a criação divina. O trabalho é um serviço prestado aos irmãos. O trabalho é um meio de nos associarmos à obra redentora de Cristo. (Gaudium et Spes, 67).
Estamos em pleno Ano de São José, por isso a memória que hoje celebramos reveste-se de um valor ainda mais especial. Na carta apostólica “Patris corde”, publicada no dia 8 de dezembro de 2020, início do ano jubilar, o Papa Francisco caracteriza o santo patrono da Igreja universal como “pai amado, pai na ternura, pai na obediência, pai no acolhimento, pai com coragem criativa, pai trabalhador e pai na sombra”.
Com o objetivo de dar um protetor aos trabalhadores e um sentido cristão ao trabalho, o Papa Pio XII instituiu, em 1955, a memória litúrgica de São José Operário. Inseriu-a no contexto da festa dos trabalhadores, universalmente comemorada no dia 1 de maio.
“Nesta memória de São José reconhece-se a dignidade do trabalhos humano, como dever e aperfeiçoamento do homem, exercício benéfico de seu domínio sobre o mundo criado, serviço à comunidade, prolongamento da obra do Criador e como contribuição ao plano da salvação.”
Sobre São José como modelo dos trabalhadores, o Papa Francisco, na Carta Encíclica “Laudato Si”, escreve: “Também ele pode ensinar-nos a cuidar, pode motivar-nos a trabalhar com generosidade e ternura para proteger este mundo que Deus nos confiou” (n.242)
Fonte: Secretariado Nacional da Liturgia
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