A confissão é o caminho para uma nova vida longe dos pecados

Viva todos os dias o sacramento da confissão


Estamos vivendo essa linda jornada, tratando do sacramento da confissão, dos mandamentos da Lei de Deus, da Igreja e de uma vida em estado de graça, longe dos pecados graves.

O pecado grave é tudo que cometemos, por menor que seja, e que vai contra Deus, contra o próximo ou contra a castidade. Todas as paixões humanas estão, de alguma maneira, atreladas ao respeito ao próximo e à castidade. Esses dois pontos estão ligados ao irascível, que trata da raiva, do perdão e busca do bem árduo ou ao concupiscível, que trata de todo e qualquer tipo de prazer e das vontades. São os dois pontos em que devemos ser radicais e profundos.

Controlando essas duas paixões, nossa mente passa a ter mais liberdade para meditar e estudar qualquer coisa, pois já não é movida pelas paixões. E também para a oração: nossa mente controlada ajuda profundamente a ter uma capacidade de oração e fé muito maior. Temos liberdade para correr para Deus! A fé, por sua vez, nos dará todos os meios de nos fazer mergulhar numa vida espiritual de união com Ele. Praticar a castidade e o respeito ao próximo nos faz voar no caminho espiritual. Eliminamos todos os maiores obstáculos passionais.

Também vimos que o amor e o carinho aos pais e ao cônjuge deve ser invariável e imbatível! Nunca nem sequer imaginar uma briga com nosso cônjuge.

Veja e importância do terceiro mandamento. Com as portas abertas à fé, resta-nos a dedicação à oração. Não se chega a uma maior comunhão com Deus se não houver adequada vida de oração. Ele morreu na cruz justamente para isso. A oração não é um conselho, é uma ordem, pois o contrário demonstra desinteresse por Deus. Aquele que despreza a vida de oração se expõe aos pecados graves, pois sem a ajuda de Deus é quase impossível não os cometer. Nunca deixar de pedir a graça da fé!

Quando se pede a fé, o efeito não é uma mudança de opinião – “antes, eu acreditava nisso; agora acredito naquilo”. O pedido da fé é para aumentar uma experiência, para aumentar uma intimidade, para unir-se em amor com Deus. Aqui, a vida espiritual começa.

Aqui entra o episódio de Marta e Maria
Temos de fazer as duas coisas: trabalhar e estar aos pés do Senhor. Se não houvesse o trabalho, as civilizações não aconteceriam ou correriam sério risco. Não se chega à maturidade da fé se não houver um tempo adequado à oração.

É claro que, para aqueles que se converteram a pouco tempo e acabaram de ingressar numa vida de luta contra os pecados graves, uma vida de oração mais longa e profunda é muito difícil. O remédio para isso é a experiência eucarística. É bom para esses comungarem o máximo de dias possível, pois aquela experiência de 10 minutos, onde as espécies eucarísticas permanecem no nosso interior, nos causando um profundo encontro com Deus, seja repetido em outros momentos de oração individual. Aos poucos, aquele amor, fé e atenção que damos à adoração eucarística, logo após a comunhão, se repita mais vezes por dia.

Porém, não é possível avançar em nada se não houver rompido com os pecados graves. Para isso, a confissão sacramental é o remédio, especialmente se se confessa do modo correto: ir com um arrependimento tal, capaz de cultivar a decisão de nunca mais cometer nenhum pecado grave. Ao se confessar dessa forma, com tal devoção, recebemos o remédio que nos ajuda a vencer aquele pecado cometido. Saímos da confissão vigiando nosso proceder, meditando as virtudes morais. Se não houver tal disposição e devoção, o remédio vem em doses menores daquelas necessárias. É preciso aproximar-se da confissão com a mesma fé que aquela mulher que padecia fluxo de sangue se aproximou de Jesus (Mt 9, 20-22). Nosso Senhor nos há de curar da fraqueza frente ao pecado! É preciso crer que é a pessoa de Cristo que o está absolvendo, independente dos méritos do padre. Os efeitos da confissão, dependendo do caso, são muito melhores que os efeitos de uma psicoterapia.

Um outro motivo importante é que há muita gente que se perde, pela nossa falta de testemunho com Aquele com quem nós nos encontramos. “Nisto conhecerão que vocês são meus discípulos, se se amarem uns aos outros como Eu vos amei.” (Jo 13,35)

Às vezes, as pessoas não se abrem ao amor de Deus, mas, por meio de nosso testemunho, elas podem experimentar esse amor e serem atraídas a Deus. Porém, só é possível ser amor assim se nos aproximarmos do Senhor. Temos obrigação de caridade por essas pessoas.

Outros modos de oração são às sagradas escrituras, onde temos a oportunidade de meditar e procurar o que Deus fala não literalmente, mas nas entrelinhas dos textos sagrados. Imitar a vida dos santos, ler seus ensinamentos que reverberam às sagradas escrituras, documentos da igreja. Essa busca de Deus, a busca das verdades da fé e da vida aumentam a nossa intimidade com Deus.

Oração e esperança
Com o tempo, vamos aumentando o período de oração. Daí, entra a esperança, a qual age quando, ao perceber que houve um avanço na fé e que existe uma força que nos move, que foi experimentada, nos impulsiona a correr em direção dessa união com Deus. Não é o caso de ter sentido Deus um dia, ter acreditado, e tudo volta a ser como era antes. A esperança nos impulsiona a continuar no caminho de aprofundamento dessa experiência, a permanecer, até alcançar uma união cada vez mais profunda com Deus.

Encerramos aqui nossa série. Espero que tenha sido luminosa para você, e que o tenha ajudado a romper com o pecado. Nossa intenção não é nenhuma outra senão essa.

Roger de Carvalho, natural de Brasília – DF, é membro da Comunidade Canção Nova desde o ano 2000. Casado com Elisangela Brene e pai de dois filhos. É estudante de Teologia e Filosofia. Autor do blog “Ad Veritaten“.