Karol Józef Wojtyla, nasceu a 18 de Maio de 1920, numa pequena localidade no sul da Polónia, no rescaldo da 1ª Guerra Mundial.
Karol Wojtyla ficará conhecido como Papa João Paulo II, tendo sido chefe da Igreja Católica por mais de 26 anos. O seu pontificado foi o terceiro mais longo da história da Igreja e a sua dedicação à defesa da vida, da dignidade humana e da família tornaram-se o seu precioso contributo para a humanidade.
Na infância, Karol Wojtyla, gosta de desporto e de artes. Demonstra um bom desempenho escolar. Mas o período do final da infância e da sua adolescência vai ser marcado por alguns acontecimentos trágicos, tanto a nível pessoal como mundial. Em 1929 perde a sua mãe, e em 1932 o seu irmão mais velho. Fica só com o pai e os dois mudam-se para Cracóvia em 1938, época em que se matricula na universidade para estudar filosofia e línguas. Demonstra possuir um extraordinário talento inato e aprenderá a falar 12 línguas, talento que lhe será extremamente útil no decurso do seu pontificado.
A Grande Depressão económica que se inicia nos EUA em 1929 e que depressa se alastra na Europa, potenciou o desenvolvimento dos partidos nacionalistas, fascistas e comunistas. Na Polónia o confronto dos dois regimes resultará numa escalada de violência inimagináveis fazendo do povo polaco um dos que mais sofreu com a Segunda Guerra Mundial. Em 1939, a Polónia é invadida pelas forças alemãs a 1 de Setembro e pelo exército soviético a 17 do mesmo mês. As escolas e universidades são encerradas, o povo é subjugado e todos os homens obrigados a trabalhar. Durante o período de guerra os ocupantes mataram mais de 6 milhões de polacos e os russos terão enviado mais de 500.000 homens para os Campos de trabalho na Sibéria.
Karol Wojtyla tem 19 anos no início da 2ª Guerra Mundial, é obrigado a abandonar os estudos, a trabalhar em diversos ofícios e a viver de forma quase clandestina neste período conturbado da história. Esta experiência de vida fará dele um dos maiores lutadores pelo fim do comunismo, tendo desempenhado enquanto Papa um papel fundamental neste processo e sendo, por essa razão reconhecido como um dos líderes mais influentes do século XX.
Em 1941, seu pai morre vítima de ataque cardíaco. É por esta altura que começa a pensar seriamente em tornar-se sacerdote. Numa Polônia ocupada por nazis e comunistas a Igreja era perseguida mas mesmo assim em 1942 Karol Wojtyla decide entrar no seminário clandestino de Cracóvia.
É ordenado sacerdote a 1 de Novembro de 1946 tendo depois seguido para Roma para prosseguir estudos em teologia. Em 1948 regressa à Polónia onde inicia o seu percurso pastoral. Torna-se pároco em Cracóvia em 1949 e em 1954 regressa a Roma para completar um doutoramento em Filosofia. Os seus estudos e as suas teses quer em Teologia, quer em Filosofia serão fundamentais na elaboração dos seus escritos futuros e das suas catequeses enquanto Papa. Deixa através deles à Igreja e ao mundo um precioso contributo para a compreensão do Homem, do amor humano e da ética. Contributo este em grande parte ainda por descobrir e afirmar, mas que se mostra cada vez mais atual e pertinente.
Em 1958 é elevado à posição de Bispo-auxiliar de Cracóvia pelo Papa Pio XII e em 1964 à posição de arcebispo de Cracóvia pelo Papa Paulo VI. Em 1967 o mesmo Papa anuncia a sua promoção ao colégio de cardeais. Participa no Concílio do Vaticano II, na elaboração de importantes documentos conciliares, em vários sínodos dos Bispos, redige e publica um número impressionante de artigos, ensaios, livros e obras literárias.
Em 1978, com apenas 58 anos, é eleito Papa, tendo escolhido o nome de João Paulo II em homenagem ao seu antecessor. Durante os 26 anos do seu pontificado visitou 129 países, alertou o mundo para as situações emergentes que violavam a dignidade humana e mediou diálogos entre vários chefes de estado que muito contribuíram para a resolução de conflitos em diversas partes do mundo. Foi um dos maiores influentes no fim do comunismo e na desagregação da URSS. A comunicação social levou-o aos quatro cantos do mundo e por esse motivo era seguido e aclamado por multidões de fiéis. A sua opinião era de tal modo influente no mundo que mesmo não crentes não a desprezavam.
Morre a 2 de abril de 2005, devido ao agravamento da doença de Parkinson. O seu funeral foi em si um acontecimento mundial transmitido pelas principais televisões. Muitos de nós ainda se lembram bem destas imagens e deste dia. Temos o privilégio de ter conhecido este homem extraordinário ainda em vida.
A 19 de dezembro de 2009, é proclamado “Venerável” pelo seu sucessor papal, o Papa Bento XVI. Foi proclamado Beato em 1 de maio de 2011, pelo mesmo Papa na Praça de São Pedro no Vaticano. E a 27 de abril de 2014, numa cerimónia inédita presidida pelo Papa Francisco, e com a presença do Papa Emérito Bento XVI, foi declarado Santo juntamente com o Papa João XXIII; sendo a sua festa litúrgica celebrada no dia 22 de outubro.
S. João Paulo II empenhou-se com grande amor na promoção da vocação universal à santidade e durante o seu pontificado beatificou 1340 pessoas e canonizou 483. João Paulo II é, assim, um Santo entre os Santos e por isso um grande e especial amigo neste caminho para o Céu!
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