Centenas acompanharam trasladação do “Apóstolo de Fátima”

Foto: OC / Agência Ecclesia

Decorreu hoje a cerimónia de trasladação dos restos mortais do padre Manuel Nunes Formigão, conhecido como ‘o apóstolo de Fátima, do cemitério local para um mausoléu construído na Casa de Nossa Senhora das Dores.

A celebração de trasladação deste sacerdote e servo de Deus começou com uma concentração, rua Francisco Marto, 203, com centenas de pessoas, seguida de saída para o cemitério da Freguesia de Fátima.

 

Na eucaristia inserida neste evento, na Basílica da Santíssima Trindade, do Santuário de Fátima, D. António Marto destacou uma figura que “se rendeu ao mistério e à revelação do amor de Deus, da beleza da sua santidade tal como brilhou aos pastorinhos de Fátima”.

O bispo de Leiria-Fátima recordou ainda o padre Manuel Formigão como alguém que “captou de uma maneira admirável para o seu tempo, a dimensão reparadora da vivência da fé tão sublinhada na mensagem de Fátima”.

De acordo com uma nota biográfica enviada à Agência ECCLESIA, o padre Manuel Nunes Formigão nasceu em Tomar, a 1 de janeiro de 1883 e aos 12 anos entrou no Seminário Patriarcal em Santarém, onde realizou os estudos eclesiásticos.

Terminada a sua formação, e “tendo em conta a sua sagacidade intelectual e grande vida de piedade, foi enviado para Roma, onde obteve o grau académico de Doutor em Teologia e Direito Canónico pela Pontifícia Universidade Gregoriana”.

A 13 setembro de 1917 foi pela primeira vez à Cova da Iria, como simples curioso e “profundamente cético relativamente aos factos que se diziam ali estarem a acontecer”.

Não se aproximou do local das aparições e saiu de Fátima ainda “mais cético, pois não presenciou nada de invulgar, apenas notando a diminuição da luz solar por altura das supostas aparições, mas facto que não deu qualquer importância”.

No entanto voltou a Fátima, em concreto a Aljustrel, no dia 27 desse mesmo mês a fim de interrogar, em separado, os três videntes.

A este interrogatório sucederam-se outros nas semanas seguintes, nomeadamente o efetuado no dia 13 de outubro, horas depois da última aparição e depois de ter sido testemunha, juntamente com mais de 60 mil pessoas ao assombroso fenómeno solar, que o povo apelidou como “Milagre do Sol”.

“Sem o seu empenho, não teriamos tido uma edição crítica da documentação de Fatima. Esta foi a base sobre a qual assenta toda a nossa investigação sobre Fátima e que garante a sua crebibilidade”, frisou D. António Marto em declarações aos jornalistas.

O servo de Deus faleceu em Fátima, a 30 de Janeiro de 1958, e no ano 2000 a Conferência Episcopal Portuguesa concedeu a anuência para a introdução da causa de Beatificação e Canonização do Apóstolo de Fátima.

Uma causa que D. António Marto disse hoje esperar que “chegue a bom termo”.

“Esperamos fundadamente que durante este ano do Centenário das Aparições o padre Formigão seja declarado venerével, através do reconhecimento das virtudes heróicas que é o primeiro passo. O resto depois virá, mas não sabemos quando”, completou.

 

Fonte: Agência Ecclesia.