O Papa Francisco estará em Fátima de 12 a 13 de maio de 2017 “em peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima”.
A informação foi oficializada esta manhã ao Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Fátima pelo Vaticano que através da Sala de Imprensa fez saber que “Por ocasião do centenário das Aparições da Bem-Aventurada Virgem Maria na Cova da Iria e acolhendo o convite do Presidente da República e dos Bispos portugueses, Sua Santidade o Papa Francisco irá em peregrinação ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima de 12 a 13 de maio de 2017”.
Para o bispo de Leiria-Fátima é um momento de “extrema alegria” porque , no centenário, através da presença do Santo Padre “estamos unidos a toda a igreja universal”.
“Sempre que o Papa peregrina como pastor universal é toda a igreja que peregrina com ele”, e por isso, “nesta ocasião quero exprimir o júbilo e o regozijo que o anúncio oficial desta peregrinação do Santo Padre traz a todo o povo português e a toda a Igreja em Portugal”.
“O Papa quer fazer-se peregrino entre os peregrinos de Fátima e isso é um motivo de grande alegria”, adianta ainda D. António Marto na mensagem deixada à Sala de Imprensa do Santuário de Fátima.
O prelado sublinha, ainda, a “responsabilidade” do Santuário pois “não se trata de acolher o Santo Padre apenas como peregrino e pastor mas de acolher a mensagem que nos vai trazer”.
Por isso, remata, “esta peregrinação deve ser aproveitada em ordem à renovação da fé”.
Também o reitor do Santuário de Fátima sublinha “uma grande alegria” com a confirmação destas datas da visita de Francisco à Cova da Iria.
“É uma alegria porque sabemos que esses dias serão de uma peregrinação marcada por essa festividade que é o centenário, e por outro lado, porque assinala a presença de um Papa no meio de nós e de um Papa tão amado como é o papa Francisco”, afirma o reitor numa declaração à Sala de Imprensa do Santuário.
O Pe Carlos Cabecinhas lembra, no entanto, que esta satisfação é acompanhada de um sentido de “responsabilidade de nos prepararmos convenientemente através da oração”.
“O que nos é pedido é disponibilidade para ouvir os ensinamentos do Santo Padre” destacou o Reitor frisando que “Franscisco tem sempre uma palavra profética”.
O programa da visita do Papa à Cova da Iria só será divulgado posteriormente.
Recorde-se que a 7 de setembro do ano passado, no encontro dos bispos de Portugal com o Papa durante a visita ad Limina, Francisco demonstrou o “desejo profundo” de visitar Fátima, ao afirmar: “tengo ganas de ir a Fátima (quero ir a Fátima)”. E já o tinha dito também, em privado, ao bispo da diocese de Leiria-Fátima, em abril de 2015 que, “se Deus [me] der vida e saúde” estaria na Cova da Iria para celebrar o centenário das aparições de Fátima.
Francisco será o quarto chefe da Igreja Católica a visitar Fátima depois de Paulo VI (1967), João Paulo II (1982, 1991 e 2000) e Bento XVI (2010).
As viagens internacionais dos Papas são uma novidade que remonta à segunda metade do século XX, com o pontificado de Paulo VI (1897-1978), que na última sessão do Concílio Vaticano II anuncia a intenção de entregar a Rosa de Ouro a Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
A partir dessa altura, Portugal entraria na rota das visitas apostólicas logo na quinta viagem deste pontífice italiano, a 13 de maio de 1967, por ocasião do 50.º aniversário das aparições marianas, reconhecidas pela Igreja Católica, na Cova da Iria.
Fátima transforma-se no principal motor das cinco viagens pontifícias, depois de já Pio XII, a 31 de outubro de 1942, ter consagrado o mundo ao Imaculado Coração de Maria, em plena II Guerra Mundial.
Paulo VI quis vir pessoalmente a Fátima, como peregrino, a 13 de maio de 1967, tendo decidido que o avião que o transportou desde Roma aterrasse em Monte Real, ficando alojado na então Diocese de Leiria (hoje Leiria-Fátima).
João Paulo II, que a 13 de maio de 1981 tinha sido atingido a tiro na Praça de São Pedro, num atentado contra a sua vida, veio à Cova da Iria um ano depois, agradecer publicamente a intercessão de Nossa Senhora de Fátima na sua recuperação.
Em maio de 1982, no aniversário desse primeiro atentado contra a sua vida, Karol Wojtyla (1920-2005) chegava a Fátima para “agradecer à Divina Providência neste lugar que a mãe de Deus parece ter escolhido de modo tão particular”.
O Papa polaco voltou a Portugal nove anos depois: a 10 maio de 1991, João Paulo II celebrou Missa no Estádio do Restelo e viajaria depois para os Açores e Madeira, antes de centrar-se no Santuário de Fátima, nos dias 12 e 13 maio.
Durante quatro dias, São João Paulo II proferiu 12 intervenções e enviou ainda uma carta, desde a Cova da Iria, aos bispos católicos da Europa, que preparavam uma assembleia especial do Sínodo dos Bispos, dedicada ao Velho Continente.
A 12 e 13 maio de 2000, já com a saúde debilitada, João Paulo II regressou a Portugal, para presidir à beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto. Na mesma ocasião deu-se o anúncio da publicação da terceira parte do chamado “Segredo de Fátima”.
Bento XVI visitou Portugal de 11 a 14 de maio de 2010, para assinalar o décimo aniversário da beatificação de Francisco e Jacinta Marto, com passagens por Lisboa, Fátima e Porto.
Em 2017 será a vez de Francisco. Tal como Paulo VI centrará a visita exclusivamente na Cova da Iria, onde a 13 de maio de 2013 o então cardeal-patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, consagrou o pontificado do Papa argentino à Virgem Maria.
Fonte: fatima.pt
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