É no encontro concreto com Jesus Cristo que se experimenta a suavidade que Ele oferece a cada pessoa. Assim acontece no caso da mulher adúltera. Jesus tem a coragem de olhar para ela, de a ver como filha de Deus e não apenas como sujeito de pecado e merecedora de uma pena atribuída pela lei. Para esta mulher, o encontro com Jesus significou a restituição à vida e a anulação da sentença de morte que lhe estava ditada. Diante de Jesus, a vida é renovada, porque também os horizontes são novos. Impõe-se um novo fôlego, um desejo de recomeçar. Jesus propõe uma vida em caminho, não mais marcada pelo pecado, mas pela graça que significou o encontro com Ele.
1ª Leitura: Livro de Isaías 43, 16-21 — “Vou realizar uma coisa nova: matarei a sede ao meu povo”
A história da salvação acompanha todos os tempos e o que Deus fez, no passado em favor do seu povo, continua a fazê-lo no presente. Nesta leitura, o Profeta, que anuncia o regresso do exílio, onde o povo de Deus esteve em cativeiro, quer fazer sentir que o que vai agora acontecer não é menos admirável do que o que tinha acontecido na Páscoa antiga, quando o povo saiu do Egipto. Quanto mais admirável não é o que Deus faz agora por nós em Jesus Cristo!
Salmo 125 (126) — Grandes maravilhas fez por nós o Senhor.
2ª Leitura: Epístola de São Paulo aos Filipenses 3, 8-14 — “Por Cristo, considerei todas as coisas como prejuízo, configurando-me à sua morte”
Esta leitura liga-se hoje à anterior: é em Cristo que vamos encontrar completamente realizado o momento culminante e a plenitude da história da salvação, é n’Ele que a Lei e os Profetas encontram a realização perfeita, é para Ele que toda a história anterior apontava, e sem Ele nada tem sentido. Quem assim o entender, como São Paulo o entendeu, há-de considerar a participação no mistério da Páscoa do Senhor como a maior graça de Deus.
Evangelho: São João 8, 1-11 — “Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra”
A novidade que Deus oferece ao mundo em Jesus Cristo não aparece à custa da destruição do que anteriormente existiu. A graça não vem à custa da morte do pecador. É a partir da história dos homens pecadores que Deus vai fazer surgir a história da salvação, que os há-de renovar. É na mulher pecadora que Jesus faz brilhar a luz nova da sua graça. Envelhecida pelo pecado, torna-se, pelo poder do Senhor, nova criatura.
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