Já passaram 15 anos desde que Deus inspirou Monsenhor Jonas Abib: o sonho de ter uma rádio em Fátima, terra de Nossa Senhora. Parafraseando Fernando Pessoa, ”Deus quer, o homem sonha e a obra nasce”. Do sonho à realidade foi um passo muito curto, levado à prática pelo senhor José Carlos, responsável ao tempo pela Comunidade Canção Nova e pela intenção de venda do dono da então Rádio Clube de Ourém, Sr. Rui Melo, recentemente falecido. Contando sempre, e ainda hoje, com o apoio dos conselhos e os reparos do nosso Bispo Emérito D. Serafim F. Silva.
Foram 15 anos de alegrias e tristezas, de várias equipas, locutores, editores, responsáveis, mas foram sempre anos de evolução da rádio, dos conteúdos, dos missionários, dos colaboradores, sacerdotes, responsáveis de comunidades religiosas, num trabalho que pressupõe uma grelha de programas de equilíbrio entre fazer rádio local ou regional e ter conteúdos católicos de qualidade. Daí que, premiando essa escolha de conteúdos católicos, a Rádio Canção Nova seja nesta altura definida como Temática – Religiosa – Católica. Designação atribuída pela Entidade Reguladora da Comunicação – ERC. O que só nos traz maiores responsabilidades naquilo que produzimos diariamente, quer à equipa, quer a todos os que colaboram para que uma emissão com mais de 50 programas semanais seja séria, comprometida com os valores da Igreja Católica e comprometida com a Carisma Canção Nova, como pediu Monsenhor Jonas Abib.
Ao longo dos anos, a rádio teve vários responsáveis na sua linha editorial. A Márcia Costa no arranque das emissões, a Dijanira Silva na implantação de conteúdos e desenvolvimento de ideias e a Elisabete Maria na manutenção de conteúdos. Todas elas, à sua maneira, como missionárias, algumas mesmo do início da própria comunidade, deixaram os seus conhecimentos, a sua influência, o seu testemunho, que têm sido absorvidos pelos elementos da equipa da rádio que têm passado pelos microfones, pelos programas, pelas ondas da rádio.
Muitos de nós, como os ouvintes, também têm histórias, testemunhos de fé, alterações nas nossas vidas, que contaram também com orações, com as intervenções de Nossa Senhora. Por isso, o tema do aniversário deste ano ” crescendo consigo na fé ”, não tem só a ver com os ouvintes e benfeitores, para que cresçam na fé. Tem sobretudo a ver com o nosso próprio crescimento como profissionais de rádio, como católicos, fazer crescer a nossa fé e crescer com a nossa fé, mas para que isso tenha acontecido, muitos têm sido os sacerdotes da Comunidade, que nos têm guiado pelo caminho certo, com os seus conselhos e as suas palavras. Mas aqueles para quem trabalhamos são uma pedra fundamental, os nossos Ouvintes, os nossos Benfeitores, os mais sós, os que se apoiaram na rádio em tempos tão difíceis que já viviam, na solidão e na doença, mas que foram ainda mais privados de momentos familiares e de amizade com a Pandemia da Covid-19. Deles e com eles somos uma família de verdadeiros amigos, de verdadeiros filhos, avós, tios, numa rede de contactos que se preocupa, que se telefonam entre todos, que mantêm viva a empatia, a familiaridade e … a Fé. Sim.. a fé tem agarrado o dia a dia de solidão à vida. Centenas, arrisco mesmo a dizer milhares de ouvintes, que têm na rádio a sua, talvez, única companhia, pela ausência dos familiares, vizinhos e amigos que devido á Covid tiveram de se resguardar. A RÁDIO É FAMÍLIA.
Mas a rádio é também companhia para os que trabalham, para os que viajam, para os que estão emigrados e que têm na rádio Canção Nova a sua ligação à zona centro do país, para os católicos, mais ou menos praticantes, que se apoiam na rádio para acompanharem as Eucaristias diárias do Santuário, as peregrinações e os conteúdos católicos.
Quinze anos de rádio, são muitos dias, muitas noites, milhares de horas de música centenas de programas, daí que como responsável da rádio, quero agradecer a todos os que dão a sua voz na rádio, aos responsáveis dos programas, às comunidades, aos sacerdotes, às irmãs, aos consagrados das comunidades que connosco colaboram, aos missionários da nossa Comunidade CN, pelo seu trabalho verdadeiramente voluntário ao serviço da evangelização. Agradecer aos grupos de música portuguesa, cantada em português, aos grupos católicos que permitem que possamos ter uma variedade musical, que respeitando a lei da Rádio seja ao mesmo tempo uma variedade musical diferenciada, privilegiando as músicas católicas, as músicas com mensagem.
Uma rádio tem de ter notícias, não só para respeitar a lei, deve ter, porque uma das funções das rádios é informar, manter-se ligada à sua zona de influência: esse é um ponto de honra que temos mantido, não só com as informações da região, baseando-nos nas notícias fornecidas pelas autarquias, nas notícias da Igreja, tendo como suporte a informação de qualidade na qual nos baseamos, nomeadamente, da Agência Ecclesia assim com das Dioceses e, neste particular, no trabalho de qualidade da diocese de Leiria-Fátima. Neste ano a informação passou a ser toda da responsabilidade da RCN, as notícias do país, sérias, verdadeiras da Agência Lusa complementadas com o Desporto.
Os últimos dois anos foram de muita dificuldade devido à Covid. Praticamente toda a equipa trabalhou a partir de casa durante vários meses, o que só por si tornava mais difícil a função de comunicar. Pudemos garantir os dois programas com a intervenção dos ouvintes, era fundamental que esse contacto se mantivesse, que as pessoas pudessem brincar de manhã e rezar pela tarde, tínhamos todos de assegurar algum equilíbrio e sanidade mental, para nós e, em especial, para todos os ouvintes que em casa tinham e têm na rádio a sua distração. Por isso, é meu dever agradecer a toda a equipa o esforço e dedicação que foram sendo demonstrados ao longo de todo o processo.
O Futuro…Bem, o futuro a Deus pertence, não é o que se costuma dizer? Mas o homem, querendo também pode auxiliar nos projetos de Deus. Não é segredo, a equipa, os ouvintes disso fazem expressão, em telefonemas e emails, querem a Rádio Canção Nova a ser ouvida em todo o país. Se, por um lado, já estamos em todo o país pela Internet, por outro, muitos não têm essa possibilidade. Neste momento, estudamos a hipótese de colocar o som da Rádio nos canais das operadoras de TV, neste caso seria uma maneira de chegar a todo o país de forma mais rápida e sem muito investimento, sobretudo ao norte. Que cada um possa rezar pela Rádio e pelo seu desenvolvimento futuro.
Por nós estaremos sempre aqui a trabalhar para si, a trabalhar pela evangelização como sempre quis e quer Monsenhor Jonas Abib, o nosso fundador.
OBRIGADO POR TUDO
José Simões
Diretor da Rádio Canção Nova Portugal
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