A Comissão das Conferências Episcopais da União Europeia [COMECE] lançou, na semana passada, um poderoso alerta sobre a situação de perseguição às comunidades cristãs na Nigéria. Esta entidade, que congrega representantes das conferências episcopais católicas dos 27 Estados membros da União Europeia, pede “a toda a comunidade internacional” para “impedir a violência” neste país africano “e levar os criminosos à justiça”, apoiando ainda “as vítimas e promovendo o diálogo e a paz”.
Este apelo, que se dirige em primeiro lugar aos Estados-Membros da União Europeia, surge na sequência de um número crescente de casos de violência contra os cristãos, nomeadamente da responsabilidade do Boko Haram, um grupo terrorista que pretende a instauração de um “califado” na região nordeste da Nigéria, mas também dos pastores nómadas Fulani que têm vindo a revelar uma perseguição mortal contra agricultores cristãos.
Esta realidade, que a Fundação AIS tem denunciado com frequência, exige, afirmam os bispos europeus, uma tomada de posição frontal por parte da comunidade internacional. Afinal, afirmam, “segundo estatísticas recentes, cerca de 6 mil cristãos nigerianos foram mortos desde 2015”. O que significa mais de mil por ano.
Os Bispos Católicos representantes das Conferências Episcopais dos 27 países membros da União Europeia exigem medidas concretas à comunidade internacional. Medidas que passam pela utilização dos “instrumentos diplomáticos, políticos e financeiros para ajudar as autoridades nigerianas a deter a violência, levar os criminosos à justiça, apoiar as vítimas e incluir plenamente os cristãos” nas estruturas do Estado.
Para os responsáveis da Comece, é importante também haver um maior envolvimento dos cristãos em todas as estruturas da administração nigeriana, “incluindo a polícia e as forças armadas”, até porque, sublinham os prelados, a comunidade cristã representa cerca de 47% de toda a população do país.
O que se está a passar na Nigéria é de extrema gravidade e a denúncia dos graves atropelos aos direitos humanos, nomeadamente em relação aos cristãos, já mereceu, inclusivamente, tomadas de posição no Parlamento Europeu. Já este ano, a 16 de Janeiro, foi aprovada uma resolução de condenação dos mais recentes ataques terroristas realizados “por grupos jihadistas” assim como por “militantes Fulani”. O Parlamento Europeu também condenou “a discriminação constante sofrida pelos cristãos nas regiões nigerianas onde a ‘sharia’ é aplicada”.
Departamento de Informação da Fundação AIS | ACN Portugal
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