Iniciativa partiu das crianças e jovens, sem sessões presenciais devido ao isolamento social em vigor
A coordenadora da Catequese da Paróquia de Albufeira, na Diocese do Algarve, disse que neste momento a aposta passar pelas as redes sociais, “muito pelo feedback dos miúdos” que começaram a “demonstrar necessidade” da sessão semanal.
“Os miúdos têm necessidade de ver os catequistas, fazem vídeos, e pedem ao catequista para fazer, pediam informações, quando celebramos outra vez. Fomos conversando e percebemos que o problema era comum, entre os catequistas e os pais também transmitiam essa necessidade”, referiu Filipa Rodrigues.
A entrevistada acrescenta que os catequisandos “foram os primeiros a manifestar” essa vontade também ao seu pároco e “é curioso” que numa mensagem que prepararam para publicar no Facebook “uma das miúdas dizia que tinha saudade das longas histórias” que o padre conta na homilia “e, às vezes, reclamam que têm de estar com atenção”.
A coordenadora da Catequese da Paróquia de Albufeira explica que o catequista lança um tema ao grupo com duas indicações, ‘a fazer’ que “é a catequese em si, mais objetivo”, com a ideia de “uma atividade baseada no tema que seja fácil”, porque as famílias estão fechadas em casas “e não têm forma de conseguir a materiais”, como “ir à rua apanhar flores”, mas a “criança pequenina mas consegue fazer flores em casa para enfeitar a cruz”.
A segunda indicação é ‘não esquecer’, o que a família vai fazer em conjunto, como ler uma passagem da Bíblia, “pesquisar uma frase do Papa numa mensagem”, que “não precisa de ser partilhado” nas páginas da Catequese no Facebook e Instagram.
Neste contexto, conta ainda que há três avós e netos de outra paróquia que acompanham as atividades da catequese online e perceberam isso numa sessão em que “era preciso enviar um vídeo e um dos avós pediu para participar”.
“Dá trabalho mas é uma forma de nos sentimos próximos, este afastamento em termos emocionais está a custar bastante para todos, tínhamos uma dinâmica muito próxima”, assinalou a responsável.
Filipa Rodrigues destaca a importância da família, que agora acompanha muito mais os catequizandos na realização das atividades, e contextualiza que têm a Catequese Familiar “implementada há alguns anos” e “é muito importante este elo de ligação” para sentir-se integrada “não só na comunidade paroquial como na própria sessão de catequese” e ao longo do tempo têm experimentado “dinâmicas diferentes”.
“O objetivo não é os pais deixarem os filhos e irem embora, temos condições como bar para os estarem até à Eucaristia que participam com os filhos, em família, e a seguir pode haver ainda um momento de convívio e acabamos por formar comunidade”, explicou.
Os catequisandos já assistiam à Eucaristia transmitida online pelo pároco de Albufeira, mas sentiram falta da sessão de catequese nos dois fins-de-semana de isolamento social, devido à pandemia de Covid-19.
“Achei muito mais curioso serem as crianças, os jovens e adolescentes, a sentirem esta necessidade de estar com o catequista, partilhar aquele momento da sala, aquele convívio. Foi muito positivo, no dia-a-dia não temos este feedback, percebemos que afinal a catequese até faz falta, já não é só uma rotina”, desenvolveu o padre Flávio Martins.
O sacerdote refere que a “realidade da família e da catequese já estava implementada” quando chegou à paróquia há quatro anos e já tiveram “catequese com os pais e um catequista, uma primeira experiência que correu bem”; agora têm outra dinâmica mas a “formação dos pais” para que possam acompanhar a formação dos filhos “é uma preocupação”, por isso, continuam a “procurar que haja um entrosamento”, como no Natal quando fazem o presépio “que fica na biblioteca pública em exposição” e na “maioria os pais que colaboram com os miúdos”.
“As férias da Páscoa não existem, porque os miúdos continuam nas celebrações connosco, numa das procissões dos Ramos ou do Enterro têm sempre uma participação, eles inserem-se na celebração para toda a paróquia e em todas as celebrações os catequistas estão com eles. Temos uma situação que estas ferramentas poderão ajudar futuramente neste período a fazer catequeses temáticas das celebrações que estamos a viver e estamos a preparar. O nosso ritmo é litúrgico, não letivo”, contou ainda o sacerdote.
O portal Educris, do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), tem divulgado “boas práticas” da Catequese, em tempos de isolamento social.
O Setor da Pastoral Juvenil da Diocese do Algarve desafiou os jovens a construir esta semana uma cruz com as suas famílias e a pendurarem-na na porta de casa, à janela ou à varanda.
Partindo de uma ideia que tem sido promovida nas redes sociais, aquele organismo apelou à criatividade das famílias para que usem os materiais que têm em casa. O Setor Diocesano da Pastoral Juvenil pediu ainda que façam uma fotografia do trabalho e a partilhem nas redes sociais com uma frase do papa Francisco e a hashtag #sdpjAlgarvepáscoa2020.
Fonte: Agência Ecclesia
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