Francisco aborda debate sobre eutanásia em entrevista ao jornal católico francês La Croix.
Papa Francisco defende em entrevista ao jornal católico francês ‘La Croix’, publicada hoje, que no debate sobre a legalização da eutanásia ou as uniões entre pessoas do mesmo sexo, os parlamentos têm de respeitar a “consciência” das pessoas.
“Quando uma lei é adotada, o Estado tem de respeitar as consciências [das pessoas]. O direito à objeção de consciência tem de ser reconhecido dentro de cada estrutura legal, porque é um direito humano”, sustentou.
O pontífice argentino sublinha que esse direito se estende aos “funcionários do Governo”.
O Papa admite que compete aos parlamentos “discutir, argumentar,explicar” os vários assuntos, porque é assim que “uma sociedade cresce”.
Francisco defende, no entanto, que o Estado tem de levar em consideração “a crítica” para respeitar verdadeiramente a “laicidade”.
A entrevista aborda em seguida o papel dos católicos em debates sobre a legalização da eutanásia, por exemplo, criticando quem “põe de parte” os seus argumentos por considerar que “falam como um padre”.
“Não, eles baseiam-se no pensamento cristãos que a França tão notavelmente desenvolveu”, concluiu.
Já em setembro de 2015, na viagem de regresso dos EUA, o Papa Francisco tinha abordado a questão da objeção de consciência ao comentar a reforma da saúde promovida pelo presidente norte-americano Barack Obama, que poderia obrigar instituições católicas a práticas contrárias às suas convicções sobre o aborto e o planeamento familiar, bem como sobre os casos de funcionários que se recusaram a celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
“A objeção de consciência é um direito. Se impedimos uma pessoa de fazer objeção de consciência, negamos-lhe um direito”, advertiu, sublinhando que isso se aplica também aos trabalhadores de qualquer Governo.
Fonte: Agência Ecclesia
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