Os bispos católicos da União Europeia acreditam que a visita do Papa Francisco à ilha grega de Lesbos, no próximo sábado, será um “momento-chave” na afirmação do compromisso europeu em relação aos refugiados.
Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, a Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) considera “vital que os 28 Estados-membros percebam que a atual crise migratória no território” só poderá ser resolvida “através de uma atitude de corresponsabilidade“.
A ida do Papa a Lesbos, tal como já aconteceu na sua viagem a Lampedusa, na costa italiana, chamará a “atenção” do mundo “para o drama daqueles que fogem dos perigos e sofrimentos da guerra” ou do “desespero da pobreza” e buscam na Europa “uma vida melhor”, sustentam os responsáveis católicos.
A COMECE chama a atenção para o número de propostas que já estão em cima da mesa e em discussão, no que toca à crise de refugiados.
Entre essas propostas está uma comunicação da Comissão Europeia que propõe várias alternativas de reforma ao Sistema Europeu Comum de Asilo e a devolução que mais vias legais e seguras de entrada no Velho Continente.
Para os bispos católicos, “a única saída para esta crise” depende de uma “estratégia coordenada entre todos os governos europeus” e, neste âmbito, a deslocação de Francisco à ilha grega assumirá “uma importância extraordinária”, em termos “humanitário”.
Os prelados destacam ainda o significado deste gesto do ponto de vista ecuménico, já que a viagem do Papa aos refugiados em Lesbos será acompanhada pelo patriarca ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu; e pelo arcebispo de Atenas e Primaz da Igreja da Grécia Jerónimo.
“A dimensão ecuménica”, escrevem os membros da COMECE, “dá ainda maior força à voz da Igreja” e à sua abordagem junto de Bruxelas no que toca à questão das migrações, que “deverá dominar a agenda europeia durante os próximos anos”.
Criada em 1980, a COMECE é composta por responsáveis das conferências episcopais dos 28 Estados-membros da União Europeia, incluindo Portugal, representado no organismo por D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima e vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.
O trabalho da comissão, com um secretariado permanente em Bruxelas, passa pela monitorização e análise das políticas e dos desafios da UE, à luz da Doutrina Social da Igreja Católica.
A ação da COMECE toca áreas como direitos humanos, migrações e refugiados, cooperação para o desenvolvimento, política externa e de segurança, sociedade, economia, educação, e também a relação Igreja-Estado, ecumenismo e diálogo inter-religioso.
Fonte: Agência Ecclesia
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