Na Audiência Geral de hoje, o Papa falou do Sexto Mandamento: não cometer adultério. Este mandamento, afirmou o Papa, diz respeito também a vários tipos de adultério. A fidelidade, de fato, é um modo de ser, um estilo de vida.
Cerca de 20 mil fiéis, entre os quais inúmeros brasileiros, participaram na manhã desta quarta-feira (24/10) da Audiência Geral na Praça São Pedro.
No âmbito do ciclo sobre os 10 Mandamentos, o Papa Francisco falou da sexta Lei de Deus: não cometer adultério.
Amar sem reservas
Nenhuma relação humana é autêntica sem fidelidade e lealdade, afirmou o Papa. Isso vale também para as amizades.
“Não se pode amar somente até quando convém. O amor se manifesta quando se doa totalmente sem reservas.” Como diz o Catecismo, o amor tem que ser definitivo, não até segunda ordem.
A fidelidade é a característica da relação humana livre, madura e responsável, disse ainda o Pontífice. O ser humano necessita ser amado sem condições. Por isso, a chamada à vida conjugal requer um discernimento cuidadoso sobre a qualidade da relação e um período de noivado para verificá-la.
Com o amor não se brinca
Para aceder ao matrimônio, “os noivos devem amadurecer a certeza de que seu elo tem a mão de Deus, que os precede e os acompanha”.
Não podem jurar fidelidade na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amar-se e honrar-se todos os dias de sua vida somente na base na boa vontade ou na esperança de que “as coisas corram bem”. É preciso basear-se no terreno sólido do Amor fiel de Deus.
“Aposta-se toda a vida no amor. E com o amor não se brinca”, disse o Papa falando da preparação ao matrimônio, que deve ser feita de maneira cuidadosa.
“Eu diria um catecumenato. Não se pode chamar de preparação três ou quatro encontros na paróquia. Isso não é preparação, é um fazer de conta. A responsabilidade de quem faz isso é do pároco, do bispo, que permite isso. A preparação deve ser madura e precisa de tempo. Não é um ato formal, é um sacramento. Deve ser preparado com um verdadeiro catecumenato.”
A fidelidade é um estilo de vida
A fidelidade, de fato, é um modo de ser, um estilo de vida, disse o Pontífice. Trabalha-se com lealdade, fala-se com sinceridade, permanece-se fiel à verdade nos próprios pensamentos e ações.
Mas, para se chegar a uma vida assim boa, não basta a nossa natureza humana; é preciso que a fidelidade de Deus entre na nossa existência, acrescentou Francisco.
O Sexto Mandamento nos chama a dirigir o olhar a Cristo, que com a sua fidelidade pode tirar de nós um coração adúltero e doar-nos um coração fiel. “Em Deus, e só Nele, é possível existir o amor sem reservas nem reticências, a doação completa sem interrupções e a tenacidade de um acolhimento sem medida.”
Da morte e da ressurreição de Cristo deriva a nossa fidelidade, do seu amor incondicionado deriva a constância nas relações. “Da comunhão com Ele, com o Pai e o Espírito Santo deriva a comunhão entre nós e saber viver na fidelidade as nossas relações.”
Fonte: vaticannews.va
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