D. António Marto desafia diocesanos a experimentarem o remédio doce da oração, do jejum e da partilha
O bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, convida os católicos das comunidades diocesanas a procurar um “estilo de vida sóbrio” durante a Quaresma, que se inicia esta quarta-feira, sublinhando a importância das propostas de solidariedade, esmola e jejum.
“O jejum não está fora de moda. Numa sociedade de consumismo devorador não é mera questão de se privar de carne ou de comida, mas estilo de vida sóbrio”, assinala D. António Marto, na sua mensagem para esta Quaresma, intitulada “Igreja em caminho rumo ao fogo da Páscoa”.
O prelado diocesano cita os apelos do Papa Francisco, que apresenta este jejum como “importante ocasião de crescimento”, que “nos desperta e torna mais atentos a Deus e ao próximo”.
O bispo de Leiria-Fátima diz que estes 40 dias da Quaresma não devem ser vistos como um período de “tristeza e de austeridade”.
“Ao contrário, é uma bela ocasião para um renascimento espiritual, pessoal, familiar e social”, prossegue.
O responsável alerta para as “mais variadas formas de violência, de injustiça, de pobreza imerecida, de desonestidade e corrupção, de solidão” que existem na sociedade.
“São sintomas de um vazio espiritual, de uma mentalidade de indiferença em relação a Deus e ao outro”, refere D. António Marto.
O bispo de Leiria-Fátima lembra que a diocese propõe um “retiro popular”, para a Quaresma, este ano com o título ‘A Igreja, memória e missão’, de acordo com o tema do ano pastoral no centenário da restauração da diocese.
Além da oração e do jejum “remédio doce” para esta ocasião, o prelado diocesano lembra que este é o tempo favorável à partilha. O destino da habitual “renúncia quaresmal” vai ser a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, para “ajudar os cristãos perseguidos no Iraque e no Paquistão, onde vivem em condições das maiores carências”.
Durante este período vai decorrer a peregrinação diocesana a Fátima, no quinto domingo da Quaresma, a18 de março, com o lema ‘A alegria de ser Igreja em caminho com Maria’.
D. António Marto convida ainda à participação na “Jornada especial de oração e jejum pela paz”, convocada pelo Papa Francisco para 23 de fevereiro.
“Apelo a todos e conto com o empenho dos párocos e outros agentes pastorais, dos movimentos, associações e grupos laicais para que a jornada seja proposta o mais possível a todos e seja concretizada de formas criativas”, escreve.
No Santuário, onde diariamente se reza pelas intenções do Papa e pela Paz no mundo, através da oração do Rosário, às 12h00 do dia 23, todos os funcionários e colaboradores do Santuário são convidados a participar na oração do Terço, na Capelinha. Em todas as celebrações oficiais haverá uma referência a esta intenção particular do Papa Francisco que evoca, em particular, as vítimas dos conflitos na República Democrática do Congo e Sudão do Sul.
“Perante o trágico arrastamento de situações de conflito em diversas partes do mundo, convido todos os fiéis para uma jornada especial de oração e jejum pela paz, a 23 de fevereiro, sexta-feira da primeira semana da Quaresma”, anunciou, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus, no dia 4 de fevereiro.
Recorde-se que o Papa convocou uma jornada semelhante, em setembro de 2013, pela paz na Síria e no passado dia 23 de novembro, presidiu a uma oração pela paz no Sudão do Sul e na República Democrática do Congo, no Vaticano.
Esta quarta-feira, dia 14 de fevereiro, os católicos começaram a viver o tempo da Quaresma, com a celebração das Cinzas, que são impostas sobre a sua cabeça durante a Missa. O programa celebrativo do santuário de Fátima para estes 40 dias tem em conta as especificidades próprias deste período, que tem nesta quarta feira e na Sexta-feira Santa dois dias de jejum.
A Quaresma é um período marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que começa na Quarta-feira de Cinzas e serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.
Fonte: Santuário de Fátima
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