Caminhada pela Vida quer ser mensagem clara a «quem está no poder»

Iniciativa de 4 de novembro recorda problemáticas como o aborto e a eutanásia


As cidades de Aveiro, Lisboa e Porto vão acolher a edição deste ano da ‘Caminhada pela Vida’, organizada pela Federação Portuguesa pela Vida (FPV), evocando problemáticas como o aborto e a eutanásia.

A presidente da FPV sublinhou em entrevista à Agência ECCLESIA a intenção de reforçar a “dignidade da vida humana” desde o seu “início ao fim”, num tempo em que ela “está em perigo”.

“Ao saírem à rua, as pessoas vão dizer que é preciso afirmar o valor da vida humana, e qualquer das problemáticas que teremos presente, não só o aborto ou a eutanásia mas todo um conjunto de fragilidades, são comportamentos de ataque à vida humana”, sustentou Isilda Pegado.

De acordo com aquela responsável, a próxima Marcha pela Vida pretende enviar também uma mensagem clara a “quem tem o poder” e “está a impor este tipo de comportamentos”, para que “tenha uma reflexão e pense nas consequências que estes comportamentos civilizacionais podem ter”.

Atualmente, a legalização da eutanásia está em debate na Assembleia da República.

Na opinião de Isilda Pegado, “a introdução de leis como a da eutanásia, onde o Estado se demite da proteção da vida humana e entrega essa gestão às circunstâncias difíceis que tantas vezes as pessoas têm”, representará mais “um retrocesso civilizacional” e tornará “as pessoas cada vez mais vulneráveis”.

“O que teríamos por parte de muitos idosos, de muitas pessoas com problemas de saúde, seria uma obrigação de pedir a eutanásia. Porque aquele que está doente, que está dependente, uma vez legalizada a eutanásia sentiria o dever moral de pedir a morte. E é isso que nós não podemos permitir, que alguém seja posto nesta circunstância”, frisou.

A Caminhada pela Vida teve origem nas campanhas para os referendos sobre o aborto de 1998 e 2007 e foi retomada de modo anual a partir de 2012.

“Aquilo que temos vindo a constatar é que, de ano para ano, a Caminhada pela Vida cresce, tem mais gente. E aqueles que vão sentem-se felizes por terem usado aquela tarde de sábado para proclamar o valor da vida”, adiantou a presidente da FPV.

Sair para a praça pública é neste caso, para Isilda Pegado, “cumprir um dever cívico, mostrar a razão pela qual se está na vida, os valores que nos sustentam”.

“Nós não vivemos isolados, vivemos em sociedade, e portanto precisamos de publicamente anunciar aquilo que consideramos ser o melhor, a fonte de felicidade para todos”, acrescentou.

A Caminhada pela Vida 2017 está marcada para as 15h00 de 4 de novembro, pela primeira vez em várias cidades.

No caso de Lisboa, sairá a partir do Largo Camões, no Chiado, e seguirá rumo à Assembleia da República.