5º DOMINGO DA QUARESMA – ANO B
Mais uma vez, o leitor é convidado a olhar para a olhar para a aliança de Deus com os homens.
De facto, ao longo deste itinerário quaresmal a Liturgia da Palavra usa de forma abundante a linguagem típica da aliança, como critério para o exame de consciência e para a revisão de vida do Povo de Deus.
Porém, com a aproximação da celebração do mistério pascal e a intensificação do processo de Jesus, que culminará na sua Paixão e morte, esta linguagem vai ganhando novos e redefinidos contornos. Pela primeira vez em toda a Bíblia é usada a expressão “aliança nova”, por parte do profeta Jeremias, termo esse que Jesus acolherá no momento da Última Ceia e a Igreja perpetua na celebração da Eucaristia como memorial da Páscoa do Senhor. É nesse sentido da “nova aliança” que a liturgia deste domingo desenvolve mediante a Palavra proposta, abrindo a porta para a sua concretização plena no mistério pascal de Cristo.
LITURGIA DA PALAVRA
1ª Leitura do Livro de Jeremias ( 31,31-34 ) – Ao longo de toda a História da Salvação, Deus, para levar os homens a estabelecerem com Ele relações pessoais, foi concluindo alianças com o Povo de Israel, através de homens extraordinários, que servem de mediadores. À humanidade decaída pelo pecado, que “vivia no terror dos deuses e do destino implacável”. Deus ia assim revelando o Seu amor e os Seus
desígnios de salvação. Estas alianças, porém, eram provisórias, particulares, acompanhadas de promessas de carácter material e ligadas a um povo. Preparavam e conduziam a uma aliança nova, espiritual, definitiva e universal, que pela primeira vez o profeta Jeremias anuncia ao Povo de Deus.
Salmo 50 (51) – Dai-me, Senhor, um coração puro.
2ª Leitura da Epístola aos Hebreus ( 5, 7-9 ) – A aliança anunciada por Jeremias, veio a realizar-se pelo mais perfeito dos mediadores – Jesus Cristo, Filho de Deus e irmão dos homens, segundo a natureza humana por Ele assumida. Porque, foi sancionada com o Seu Sangue, no Sacrifício Pascal, (“a nova Aliança no meu Sangue”), Jesus não é apenas o Mediador, mas a própria Aliança: Ele estabeleceu a comunhão perfeita dos homens com Deus. Realidade definitiva, esta é a Aliança nova. Mas é também eterna. Não há necessidade de se repetir, como as antigas. Pela Eucaristia, feita em Sua Memória ( 1 Cor. 11,25 ), como Ele ordenou, a Aliança do Calvário torna-se presente em todos os lugares e tempos.
Participando nela, com fé, os fiéis unem-se ao Mistério da nova e eterna Aliança, recebem a salvação preparada no Antigo Testamento e que será consumada pela vinda gloriosa de Cristo.
Evangelho segundo São João ( 12, 20-33 ) – Só morrendo é que a semente dá origem a uma vida nova, revelando assim a sua maravilhosa fecundidade. Também para Jesus a morte é semente de uma vida maravilhosamente nova e fecunda. Graças à Sua morte redentora, os benefícios da salvação são, com efeito, comunicados a todos os homens, judeus ou pagãos. A Sua morte é a conclusão da Sua missão é, por isso, a hora da Sua glorificação. Aceitando voluntariamente a morte, em filial e amorosa obediência ao Pai e aos Seus planos de salvação, Jesus “deu-nos a vida imortal”.
- Primeiro dia do funeral marcado pela trasladação do corpo de Bento XVI para a Basílica de S. Pedro - 3 de Janeiro, 2023
- Legado teológico de Bento XVI está a ser traduzido para português - 3 de Janeiro, 2023
- Canonista explica protocolo do funeral de Bento XVI - 2 de Janeiro, 2023