5ª Semana da Quaresma | O Sinédrio que só tem uma ideia: matar Cristo o mais rápido possível.

No quinto Domingo da Quaresma vamos meditar no Evangelho de Evangelho de São João 11, 1-45 (Eu sou a ressurreição e a vida)

Num crescendo triunfal, o último “sinal” realizado pelo Mestre antes da Paixão é a ressurreição de Lázaro, às portas de Jerusalém: sinal de que a morte que espera Jesus (será mesmo este acontecimento a apressá-la) não é, como parece, uma derrota mas uma vitória, e a Cruz não é uma infâmia mas um trono de glória, porque a morte foi vencida pela vida. Não só o pecado é destruído, mas a própria morte não poderá já mostrar os seus troféus, porque com a ressurreição de Jesus a vida ressuscitou no coração da Humanidade.

O quadro é muito concreto: afectos verdadeiros (cf. vv. 1-5.28-36), uma morte verdadeira, uma viagem em direcção à morte certa (cf. vv. 11-16). Mas também isto manifestará a glória de Deus (cf. v. 4).

Enquanto durar o tempo estabelecido, as trevas não obscurecerão a luz: a sua hora chegará, e Tomé, pronto a desafiar a morte, mas disposto a acreditar só nos factos, poderá tocar com a mão a divindade de Jesus (cf. Jo 20,24-29).

De mente aberta também está Marta, ligada ao seu dinamismo e a uma fé prática (cf. vv. 17-24.39). Mas a Palavra de Jesus rompe todos os esquemas: quem pode dizer que é “ressurreição e vida”? (Cf. vv. 25-26) A fé de Marta baseia-se não sobre a explicação racional, mas sobre o abandono à pessoa de Cristo.

A dor de Jesus não fica inerte perante o poder da morte, ao seu passo irreversível (cf. vv. 37-40: julgava-se que no “quarto dia” a alma abandonava definitivamente o túmulo); Ele é a “vida” que se manifesta aos homens, com a autoridade de Filho de Deus (cf. vv. 41-45).

Vejamos agora a visão de conjunto desta 5ª Semana da Quaresma:

Ao longo desta semana estará presente a oposição constante, e cada vez mais forte, do Sinédrio contra Cristo, que só tem uma ideia em mente: “líquidá-Lo” o mais rapidamente possível.

Dia à escolha: face á morte, fruto do pecado entrado no mundo, Cristo vence-a em Lázaro, nEle mesmo e em nós também, se O aceitarmos como o Senhor da Vida.

2a feira: Face aos pecadores, os fariseus sé têm pedras na mão. Cristo só tem o perdão numa das mãos e a força da conversão na outra. Mas é o caso de dizer: a bondade e o amor O perderão.

3a feira: Cristo contestado, acusado de blasfémia, e, por isso, merecedor do suplício da cruz: será o altar do mundo onde os doentes Lhe imploram a saúde, os pecadores Lhe pedem o perdão, os Seus filhos O proclamarão Mestre e Senhor.

4a feira: Cristo promete a liberdade total e para sempre àqueles que O seguirem nos caminhos da verdade e não da mentira, da fidelidade e não da apostasia.

5a feira: Cristo é maior que Abraão, o pai dos crentes, pois que a Sua morte será fonte de vida sem fim, para toda a humanidade.

6a feira: Os profetas são contestados de maneira injusta e odienta. Cristo irá até à morte de cruz. Mas será o grande vencedor: Deus não esquece aqueles que nEle confiam.

Sábado: Ressuscitando Lázaro, Cristo provoca entusiasmo e divisão entre o povo. Prevêem-se reuniões pró e contra, que os ocupantes romanos podem interpretar como arregimentações nacionalistas, políticas. O Sinédrio decide agir rápido e forte: a morte de Cristo, trará a salvação nacional, o que não acontecerá; ao contrário, reunirá todos os filhos de Deus dispersos pelo mundo.