A vela verde e o seu significado
No segundo domingo do Advento, acende-se na Coroa do Advento, a segunda vela – a verde; essa simboliza a esperança, e representa a fé dos Patriarcas. Eles creram no dom da terra prometida. Para nós, simboliza a esperança da vida eterna com Deus, desfrutando de sua vida bem-aventurada. Essa esperança está toda em Jesus, que nascerá da tribo de Judá: “Brotará uma vara do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes” (Is 11,1).
Pela fé, os Patriarcas (Abraão, Isaque, Jacó) superaram todos os obstáculos e tomaram posse das Promessas de Deus. Nós, também, acreditamos no perdão de Deus, e numa vida reconciliada com Ele. “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3,8).
É também, uma oportunidade de meditarmos em nossa fé; nossa opção religiosa por Jesus Cristo; nosso amor e compromisso com a Santa Igreja Católica – instituída por Ele para levar a salvação a todos os homens, de todos os tempos. Qual tem sido o meu papel e o meu lugar na Igreja? Tenho sido o missionário que Jesus espera de todo batizado, para salvar o mundo?
Segundo domingo do Advento
A Igreja nos coloca, nesse segundo domingo do Advento, diante da grandiosa figura de São João Batista, cuja mensagem ajuda a ressaltar o caráter penitencial do Advento – a esperança da salvação: “Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho. Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas estradas!” (Mc 1,2-3).
O Profeta Isaías (40,1-11) traz a esperança ao povo de Deus, com o perdão de suas faltas e como um pastor cuida de suas ovelhas: “Consolai o meu povo, consolai-o! – diz o vosso Deus -. Falai ao coração de Jerusalém e dizei em alta voz que sua servidão acabou e a expiação de suas culpas foi cumprida; ela recebeu das mãos do Senhor o dobro por todos os seus pecados.
Grita uma voz: ‘Preparai no deserto o caminho do Senhor, aplainai na solidão a estrada de nosso Deus. Nivelem-se todos os vales, rebaixem-se todos os montes e colinas; endireite-se o que é torto e alisem-se as asperezas: a glória do Senhor então se manifestará, e todos os homens verão juntamente o que a boca do Senhor falou’.
Sobe a um alto monte, tu, que trazes a boa nova a Sião; levanta com força a tua voz, tu, que trazes a boa nova a Jerusalém, ergue a voz, não temas; dize às cidades de Judá: ‘Eis o vosso Deus, eis que o Senhor Deus vem com poder, seu braço tudo domina: eis, com ele, sua conquista, eis à sua frente a vitória. Como um pastor, ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiro se carrega-os ao colo; ele mesmo tange as ovelhas-mães”.
Esperança da salvação
No mesmo sentido, o salmista (Sl 84,9-14), implora a Deus a graça da salvação: “Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, e a vossa salvação nos concedei! Quero ouvir o que o Senhor irá falar: é a paz que ele vai anunciar; a paz para o seu povo e seus amigos, para os que voltam ao Senhor seu coração. Está perto a salvação dos que o temem, e a glória habitará em nossa terra. A verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz se abraçarão; da terra brotará a fidelidade, e a justiça olhará dos altos céus. O Senhor nos dará tudo o que é bom, e a nossa terra nos dará suas colheitas; a justiça andará na sua frente e a salvação há de seguir os passos seus.”
São Pedro nos lembra (2Pe3, 8-14) que para o Senhor: “Um dia é como mil anos e mil anos são como um dia. O Senhor não tarda a cumprir sua promessa, como pensam alguns, achando que demora. Ele está usando de paciência para convosco, não deseja que alguém se perca. Muito pelo contrário, quer que todos venham a converter-se.
Qual não deve ser o vosso empenho, numa vida santa e piedosa, enquanto esperais com anseio a vinda do Dia de Deus? O que nós esperamos, de acordo com a sua promessa, são novos céus e uma nova terra, onde habitará a justiça. Caríssimos, vivendo nesta esperança, esforçai-vos para que Ele vos encontre, numa vida pura e sem mancha e em paz”.
Assim, a esperança da salvação, pela conversão do coração, nos trará a paz. “Despertai Senhor, os nossos corações para preparar os caminhos de Vosso Filho; que o Vosso amor e perdão apressem a salvação que os nossos pecados retardam” (Prefácio do Advento).
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