Será que quando rezo quero que Deus me atenda de forma mágica?

A forma de rezar, de maneira agradável, ao Senhor, desde sempre preocupou o homem. Fazer-se ouvir junto de Deus e ser atendido é a grande aspiração do homem que reza. Uma espécie de devoção supersticiosa e comercial que havia de conduzir infalivelmente à concretização mágica da vontade do homem, dominou a oração durante séculos.

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Vamos hoje ultrapassando esse estádio de religiosidade, nem sempre esclarecido. A oração, sem deixar de ser pedido, é essencialmente ação de graças. E na justa medida em que é pedido, é compromisso: Comprometemo-nos a repartir o pão; a perdoar as ofensas de que porventura somos vítimas; a respeitar a dignidade humana. Contribuímos assim para a realização do nosso desejo que no fundo é a vontade do próprio Deus.
1ª Leitura: Livro do Génesis 18, 20-32 — “Se o meu Senhor não levar a mal, falarei”
Abraão era um homem profundamente solidário com aqueles que viviam a seu lado. Não se valeu da sua condição de justo para desprezar os que não o eram. Procurou antes obter de Deus o perdão para aqueles que mereciam ser castigados. Alguém, por isso, lhe chamou “cristão antes de Cristo”. Mas maior do que a fé de Abraão é a santidade e a misericórdia de Deus, que, não suportando o pecado dos homens, está sempre pronto a ouvi-los e a perdoar-lhes, sempre que estes saibam voltar-se para Ele.
Salmo 137 (138) — Quando Vos invoco, sempre me atendeis, Senhor.
2ª Leitura: Epístola de São Paulo aos Colossenses 2, 12-14 — “Deus fez que, unidos a Cristo, voltásseis à vida e perdoou todas as faltas”
No Baptismo, os cristãos são associados à morte e à ressurreição de Cristo; por isso, nenhum poder do mal triunfará deles, se guardarem sempre a sua condição de baptizados e, como tais, chamados à santidade. Foi para nos tornar participantes da santidade de Deus, que o Senhor Jesus Cristo Se entregou à morte sobre a cruz e nos libertou da morte eterna.
Evangelho: São Lucas 11, 1-13 — “Pedi e dar-se-vos-á”
Jesus dá vários ensinamentos aos discípulos sobre a oração: ensina-lhes o “Pai-Nosso”, que é o modelo de toda a oração; convida-os a implorar de Deus, com persistência, o auxílio para as suas necessidades; exorta-os a dirigirem-se ao Pai com toda a confiança.
Oração
Senhor nosso Deus, protetor dos que em Vós esperam, sem Vós nada tem valor, nada é santo. Multiplicai sobre nós a vossa misericórdia, para que, conduzidos por Vós, usemos de tal modo os bens temporais que possamos aderir, desde já, os bens eternos.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.
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Padre António Justino Filho
Comunidade Canção Nova Portugal. Está neste momento numa imersão missionária na Diocese de Évora