Ser conduzido por Deus rumo à eternidade
À medida que nos vamos aproximando do final do ano litúrgico, as leituras apontam-nos, de uma forma mais visível, para as denominadas realidades escatológicas ou últimas. A consciência de um “além”, de uma plenificação transcendental da vida terrena, vai ganhando contornos cada vez mais fortes nos últimos séculos do Antigo Testamento, como nos comprova a 1ª leitura, até encontrar um sentido último e definitivo em Cristo e no seu mistério pascal. É esta “eterna consolação e feliz esperança” que aguardamos viver um dia. Até lá, no meio da instabilidade deste mundo, há que fazer como nos exorta o Apóstolo: deixarmo-nos conduzir por Deus, para que o amemos e aguardemos a Cristo com perseverança.
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1ª Leitura: Segundo Livro dos Macabeus 7, 1-2.9-14 — “O Rei do universo ressuscitar-nos-á para a vida eterna”
A fé na ressurreição é o tema central do Evangelho e da primeira leitura. Se a consciência da ressurreição levou tempo a nascer no povo do Antigo Testamento, ela é claramente professada, e não só por palavras, mas no testemunho do martírio, pelos sete jovens irmãos e sua mãe, martirizados cerca do ano 68 antes de Cristo pelo rei pagão.
Salmo 16 (17) — Senhor, ficarei saciado, quando surgir a vossa glória.
2ª Leitura: Segunda Epístola de São Paulo aos Tessalonicenses 2, 16—3,5 — “O Senhor vos torne firmes em toda a espécie de boas obras e palavras”
São Paulo fez também a experiência do que é sentir-se acabrunhado pelos seus inimigos; mas foi então que ele mais soube apelar para a confiança em Cristo, tanto para si como para os outros.
Evangelho: São Lucas 20, 27-38 — “Não é um Deus de mortos, mas de vivos”
Jesus afirma claramente o mistério da ressurreição dos mortos, contra certa maneira de pensar em contrário de alguns daqueles com quem falava. A “ressurreição da carne” é, por isso, um dos pontos Símbolos da fé cristã, o “Credo”.
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Padre António Justino Filho
Comunidade Canção Nova Portugal. Está neste momento numa imersão missionária na Diocese de Évora
