Senhor, quero ter fé!

O caminho de Jesus para Jerusalém é também um itinerário de formação dos seus discípulos acerca do que o Mestre pretende da comunidade a Ele ligada.

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É um percurso que traz uma nova visão sobre a realidade, sem a distorcer, mas tornando mais nítida a sua imagem, porque apresenta a visão de Deus sobre o mundo e sobre as relações humanas. Só assim se compreende a exigência dos ensinamentos de Jesus a respeito da relação com os bens materiais, das relações interpessoais no seio da comunidade, onde surgem inevitavelmente os escândalos e o perdão se torna necessário, e a tão estranha forma de sugerir que os seus discípulos, depois de fazerem os seus deveres, não passam de “servos inúteis” (Lc 17,10).

1ª Leitura: Profecia de Habacuc 1,2-3; 2,2-4 — “O justo viverá pela sua fé”
A grande provação do exílio de Babilónia pôde fazer nascer no espírito de muitos de entre o povo de Deus interrogações e dúvidas, que vieram perturbar a sua fé: “Até quando Senhor…? Porquê ?” Mas a provação é purificação para a fé, e “o justo viverá pela sua fidelidade”. Sendo fiel até ao fim, viverá para sempre em Deus, a quem nenhum acontecimento do mundo poderá afetar.

Salmo 94 (95) — Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações.

2ª Leitura: Segunda Epístola de São Paulo a Timóteo 1, 6-8.13-14 — “Não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor”
A imposição das mãos, que foi certamente para Timóteo o momento da sua ordenação, é fonte do dom de Deus orientado para o apostolado. Este é uma obra difícil. É necessário, por isso, recorrer constantemente a essa fonte, donde brota a graça do Espírito Santo, que é a “força de Deus”.

Evangelho: São Lucas 17, 5-10 — “Se tivésseis fé!”
A fé é a raiz de toda a vida do cristão. A fé é que nos há-de predispor a fazer, com simplicidade e generosidade, tudo o que o Senhor nos mandar. Por isso, no cristão, todo o serviço do reino de Deus é exercício da fé, e no fim de tudo, realização da sua própria vocação cristã.

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